A Nº1 já começa impressionando com seu rótulo, criativo e coerente com a história da cerveja, num belo trabalho do André Clemente. No copo, a cerveja mostra pouca formação de espuma, mantendo uma fina e fugaz camada de creme bege acima do líquido acobreado-escuro, opaco e sem borbulhas. O aroma recheado de notas inunda o ambiente já no abrir da garrafa. Pode se identificar traços de caramelo, chocolate, café, malte tostado e defumado, rapadura e mel, além de frutas secas, passas e, por óbvio, o amadeirado alcoólico proveniente dos barris. Tudo isso costurado com um gostoso aroma floral do lúpulo (Cascade?). Na boca, ela mostra que não é uma cerveja para paladares não treinados. De altíssima personalidade, ela é licorosa, grossa e aveludada, com baixa carbonatação, doce no início, mas amarga no final, lembrando whisky e conhaque. O álcool agora aparece com maior intensidade, esquentando a boca. Seu final é amargo e doce ao mesmo tempo, duradouro e alcoólico. Pela potência das suas características, é uma cerveja com baixa drinkability, mas isso não faz com que sua degustação não seja uma experiência inesquescível. Uma cerveja que diferencia os homens dos meninos.