Mais uma De Bora que supera minhas expectativas. Esperava uma Pale Ale sem graça, direta e seguindo a escola inglesa (esperava que não chegasse ao nível das boas Ales inglesas também). Ou eu sou muito pessimista ou o senhor Edigyl Pupo fez aí uma Pale Ale precisa e não seguindo a escola inglesa, mas sim a americana, com um bom jogo de lúpulos aromáticos.
Quando aberta já me deixou até com medo, com a espuma transbordando na garrafa. Mas a espuma não fica só por aí. Quando a cerveja é servida, forma uma das espumas mais abundantes que eu já vi. Fica até difícil conseguir servir um copo que não seja praticamente espuma. A espuma, além de abundante, tem a cor marfim e duração extremamente alta e por sua densidade bem alta e macia, me lembrou muito a espuma da Duvel, acredite se quiser. A coloração do líquido é de um âmbar puxado para o alaranjado e apresenta uma baixa translucidez.
No aroma já é perceptível quem pega o papel principal na cerveja. Quem vem com presença marcante são os lúpulos aromáticos, que me lembraram lúpulos americanos. Lúpulo que é bem delicado e frutado, vindo com sugestões de frutas cítricas e vermelhas, além de um herbáceo, que fica mais para segundo plano. Senti um cheirinho curioso de mofo, além de notas de papelão, que acabou quebrando o clima delicado do aroma. O mais curioso, é que o aroma me lembrou um pouco alguma das IPA do próprio Edigyl.
O paladar segue a dança, novamente trazendo o lúpulo bem frutado, principalmente com sugestões de notas cítricas. O malte vem mais presente com notas de mel e pão, que são contrastadas pelo final oleoso e amargo, que aparece com potência, graças a boa presença de lúpulos. O residual é levemente frutado, bastante amargo e até um pouco picante. Apesar da baixa presença alcoólica, sua textura é bem gorda e sua carbonatação é mediana.