Detalhe da Avaliação

4.5 29
Brasil
Brejas
Brejas
08 de Junho de 2010 27667
(Atualizado: 14 de Maio de 2011)
Avaliação Geral
 
4.9
Aroma
 
10/10
Aparência
 
4/5
Sabor
 
20/20
Sensação
 
5/5
Conjunto
 
10/10
Esta é a consolidação de que a a união de Edu Passarelli, Alexandre Bazzo, André Clemente e Leonardo Botto realmente dá certo. Uma das cervejas mais extraordinárias que já tive a oportunidade de provar e o melhor de tudo, de criação brazuca. Trata-se de uma Barley Wine vigorosa, que acaba confundindo completamente a cabeça do bebedor, pela complexidade vasta que desperta diversas sensações ao mesmo tempo. Uma Barley Wine maturada em barril de carvalho, que outrora foram usados para a produção de vinho e Brandy.
Quando despejada é possível ver sua bela coloração âmbar avermelhada, com uma translucidez mínima. Seu creme é praticamente inexistente, se forma com vergonha, fazendo uma fina camada, que logo praticamente desaparece, tornando-se um belo anel de coloração bege.
O aroma é tão hipnotizante que quase acaba com a vontade de tomar o primeiro gole e se decepcionar. Não é exagero algum dizer que poderia passar o resto da minha vida sentindo os fragrantes aromas desta cervejinha. Os maltes trazem algo achocolatado, com toques de maple syrup e fazendo uma bela dupla com as leveduras, que trazem um delicioso frutado que remetem a ameixas e tâmaras secas, com um toque de uvas-passas e damascos. A maturação no barril de carvalho traz aromas terciários que caem como uma luva nesta cerveja, puxando bastante para notas aveludadas de baunilha, coco queimado e algo bem rústico de madeira e couro. Os lúpulos aparecem bem discretamente, provavelmente pela maturação extensa, mas trazendo notas cítricas muito bem vindas de tangerinas e uma pegada spicy de pimenta-do-reino.
Ao primeiro gole, fica longe de decepcionar, mas até perde um pouco de complexidade. Quem domina aqui são os maltes trazendo uma doçura rica e achocolatada e caramelada, que faz a combinação que tanto gosto com os toques de frutas vermelhas e frutas passas. Mais vívido aqui também a a pegada cítrica/amarga de tangerina e laranja, trazendo uma acidez importante para combater a doçura dos maltes. Novamente é possível sentir toda aquela maciez da maturação em carvalho, que remete muito a vinho do porto. O amargor vem ao final e persiste por um bom tempo, em boa união de maltes e lúpulos, hora trazendo um toque sutil de café, hora trazendo algo herbáceo e picante. Como mandam as melhores Barley Wine inglesas, tem um corpo licoroso, profundamente denso, remetendo a bebidas muito mais potentes do que uma "simples cerveja". A carbonatação também segue a risca o estilo, praticamente flat. O potente álcool de 9% é perceptível, mas chega a ser tão agradável, que só faz com que a cerveja fique 100% redonda.
Sinceramente, não consigo achar algo que me desagrade nesta cerveja. O ponto alto, vai para o aroma potente e complexo, dos melhores que já senti. A harmonia entre aromas de lúpulos, maltes, leveduras e até a maturação no carvalho também é surpreendente. Com certeza a melhor cerveja já feita em terras nacionais. Agora é ficar na espera de uma segunda edição e na espera para ver como esta belezinha evolui com a guarda.

Detalhes

Degustada em
08/Maio/2011
Envasamento
Volume em ml
330 ml
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