Reavalio essa cerveja, dessa vez a versão de 2011, as de 2010 que eu bebi estavam comprometidas e foi impossível beber mais do que alguns goles, estavam ambas com um cheiro de azeitona tão pronunciado que me lembraram até a ração do meu cachorro, que dureza...
Coloração de um marrom bem escuro, praticamente preto, que mostra reflexos rubi e certa translucidez no contra-luz. Apresentou creme bege escuro bem formado e de boa altura, mas a persistência não foi das melhores, sendo de média a curta, apenas; todavia, deixou uma camada perene e algumas marcas na lateral da taça depois que se esvaiu. O aroma, infelizmente, apresenta uma boa dose das tais azeitonas da edição passada, dando um toque salgado, o que não deixa de ser bizarro, talvez seja a combinação dos lúpulos usados com a torrefação que me dê essa sensação esquisita, mas enfim... Além disso, notamos torrefação evidente e notas de chocolate e um pouco de café. O sabor segue o aroma, mas sem a azeitona (felizmente), com entrada adocicada e final torrado, seco e alcoólico, com um caráter levemente vinificado. Retrogosto novamente seco e torrado, de média duração. Encorpada, tem textura oleosa. Carbonatação média. O álcool é perceptível, mas não chega a comprometer o conjunto. Baixa drinkability, foi complicado tomar uma garrafa de 600 ml sozinha. Não vejo essa cerveja como um doppelbock, me lembra mais uma stout, o grau de torrefação acho excessivo para o estilo proposto, além disso, não percebi sugestões frutadas evidentes, nem no aroma, nem no paladar. No final das contas, é uma boa cerveja, mas foge ao estilo e o custo-benefício não ajuda.