Esqueça o nome - uma cerveja não pode atingir 1000 IBUs por questões químicas, não importa quanto lúpulo se adicione. Ponha-se esta cerveja no teste laboratorial, e eu estou certo de que o valor de IBUs aferido será inferior a 100. Mas OK, tendo absorvido isso, deguste a breja no espírito da brincadeira, sabendo que é uma double IPA como outras tantas, nem mais, nem menos amarga. Vertida no copo, tem coloração alaranjada escura, quase marrom, opaca e com ótimo creme. O aroma é marcado sobretudo pela combinação de lúpulos (Magnum, Nugget, Cascade e Simcoe em dry-hopping): de início ela explode com maracujá e muita goiaba, que depois vai se dissipando e abrindo espaço para um perfil mais herbal (capim fresco, verbena) e uma picância perfumada lembrando gengibre. Um pouco de queijo também, denunciando lúpulos que já passaram do auge do frescor. O malte aparece com bastante caramelo, melaço e um certo acastanhado. Na boca, ela entra razoavelmente seca, com forte impacto do amargor e, assim que você engola, aparece uma doçura maior para preparar a garganta para um final longo, seco e bem amargo, raspando um pouco na garganta e deixando uma sensação levemente adstringente, que poderia ser mais gentil (ou não, considerando a quantidade de lúpulo que entrou na fervura desta cerveja!). Aquecimento alcoólico considerável "esquenta" o amargor. O corpo é leve para mediano, razoavelmente seco (pelo aroma, parece que vai ser mais doce e denso). No conjunto, uma boa double IPA da Invicta, que lembra bem a sensação da Imperial India Pale Ale "regular" da marca, com a mesma secura e aquele docinho ao engolir, seguindo de um amargor seco final. Mas com maior intensidade e frescor aromático.