Boa opção para o gélido inverno canadense, com um álcool de mais de 10% acolhedor e quase indispensável para eles. Mas nesse ano, um desses exemplares sazonais esquentou o meu inverno. Aqui está uma Quadrupel, bem diferente das belgas e das representações de outros países, que já provei. A canadense possui um caráter mais achocolatado e licoroso que todas as outras, o que dá personalidade e riqueza a cerveja. Sem contar com o belo rótulo cadavérico e dramático. Aliás é a cervejaria canadense que tem os rótulos mais bonitos, na minha opinião.
Coloração castanha, com toques avermelhados, alta turbidez, com média formação de creme marfim que logo se perde no ar.
O aroma traz notas frutadas de Ameixas secas, cassis,figos e cerejas. O malte torrado também vem com potência trazendo notas de chocolate, licor de marula, nozes e caramelo. Lúpulo bem discreto sugerindo herbais. O álcool já é bem perceptível e traz um que de esmalte e solvente, que por incrível que pareça, encaixaram bem no conjunto.
Na boca, uma explosão maltada com fortes sugestões do que seria uma mistura de licor de chocolate com avelã. O malte também traz sugestões bem fortes de caramelo e maple syrup, além de frutas passas e goiabada (?). Quase não há presença de notas condimentadas, apenas sugestões sutis de anis, além de uma baixa acidez e sensações salgadas. O corpo é deliciosamente robusto com textura licorosa e a baixa carbonatação deixa toda a complexidade em evidência. O amargor aparece bem no final com notas bem sutis de café, ervas e um toque medicinal/químico. Há também uma leve sensação de picância, mas extremamente bem inserida.