Artesanal canadense de peso, do estilo Kellerbier, pouco difundido aqui no Brasil e superando de longe o único exemplar no estilo que pode ser encontrado no país (Hacker-Pschorr Anno 1417). Para falar a verdade, as duas cervejas mal parecem ser do mesmo, graças há presença infinitamente maior de lúpulos nesta canadense.
Sua coloração é dourada, escura, com tons alaranjados, translucidez média (com o tempo vai ficando quase opaca). O creme se forma com muita facilidade, exibindo sua cor marfim, uma ótima persistência e alta densidade.
No aroma é que já começou a boa surpresa. Uma explosão de lúpulos aromáticos (o rótulo diz que são lúpulos europeus, mas me lembraram muito os americanos, além de lúpulos ingleses.), que pode até ter destoado um pouco do estilo, mas confesso que me agradou demais. Notas gramíneas, florais e até cítricas, que me lembraram um pouco o Cascade. O malte não fica atrás, trazendo notas providenciais de mel e biscoito, deixando tudo em harmonia. Os aromas de levedura são pouco presentes, apenas trazendo um frutado de maçã e banana. Além disso senti um pouco de mofado (?).
O paladar continua com o revesamento de lúpulos e maltes, horas trazendo notas de pão branco e mel, hora trazendo notas cítricas. O final é bem balanceado, com o início trazendo notas mais doces, que vão sendo preenchidos pelo amargor potente, herbáceo e um fundo de terra molhada, chegando a lembrar até uma American Pale Ale. A sensação de refrescância é bem alta graças a média carbonatação e ao caráter mentolado do lúpulo. O corpo é leviano, o que deixa a cerveja fácil de beber e perfeita para os dias quentes.
um ótima Kellerbier, que sai daquela monotonia de "Lager não filtrada e não pasteurizada", que eu esperava. Os lúpulos são decisivos para das a personalidade a cerveja, apesar de eu achar que podiam ser mais limpos, tanto no aroma, quanto no paladar. Se for ao Canadá, não deixe de provar essa cerveja.