Uma obra de arte. Capo lavoro dessa extraordinária cervejaria escocesa. O capricho com que ela é feita extrapola a cerveja, passa pela caixinha, pelo rótulo, pelo detalhe de proteção da tampinha com a medalhinha da Harviestoun. Assinada no rótulo pelo mestre cervejeiro Stuart Cail da Harviestoun e pelo mestre de madeira George Espie, do The Macallan Whisky. Garrafa numerada, 2664, e safrada, agosto de 2010.
Uma maravilha envelhecida em barris de carvalho de whisky Highland Park 40 anos que ao mesmo tempo é extremamente complexa e agressiva mas de uma suavidade inacreditável.
Vertida apresentou um líquido negro, opaco, fechado, intenso. Formou um creme bege de boa formação e média persistência deixando apenas um colar permanente.
O aroma é próprio de um whisky. Delicioso. Mas não é só isso, notas amadeiradas acompanhadas por café, frutas secas escuras, avelãs e licor de cacau.
No sabor as fortes sensações continuam se alternando, a entrada é própria de um whiskie 40 anos com notas de baunilha e notas amadeiradas. Aos poucos entram notas tostadas, café e chocolate amargo e ésteres frutados (ameixas secas). O final chega então levemente amargo e seco, perfeito. O álcool está lá, esquenta sem nunca agredir.
O corpo é aveludado, denso, macio. A carbonatação é baixa. O afertaste persistente, com notas intensas mas suaves de whiskie, madeira e baunilha.
Vale cada centavo investido. Um néctar absurdo. A Harviestoun passou dos limites.