A Harviestoun Old Engine Oil é uma cerveja escocesa do estilo Porter, este surgido na Inglaterra nos idos da Revolução Industrial (século XVIII) e que caiu no gosto dos operários para comemorar o término de longas jornadas de trabalho. O estilo caracteriza cervejas de alta fermentação, de coloração escura e bem maltadas. É um estilo antigo e pode ser confundido com as Stout's.
É produzida pela Harviestoun Brewery que tem por mascote o rato de nome Harvie (diz a lenda que é devido ao gosto da espécie por queijo harmonizado com cerveja). A cervejaria foi fundada em 1984 por Eric Harris e Ken Brooker numa fazenda na região de Dólar Glen, na Escócia Central. A cervejaria utiliza maltes e lúpulos frescos (flores) somente do Reino Unido, Alemanha, Eslovênia, República Tcheca e EUA.
A garrafa é de 330 ml e o nome que batiza a cerveja, como dito na descrição comercial, é semelhante a óleo velho de motor, havendo estampada no rótulo a gravura de um carro antigo (certamente um FORD) além é claro do simpático ratinho que ilustra a "gravata" no gargalo e a tampa. No contra-rótulo chama atenção a menção aos maltes e lúpulos usados, informação, a meu ver, própria de produtos de qualidade que não escondem os insumos usados.
Vertida na taça revelou um líquido de coloração negra, não translúcido, que apresentou espuma de cor marrom claro, de boa formação, com algumas bolhas, mas de curta persistência e que apesar disso manteve uma fina camada residual sobre o líquido. Perlage (bolhas) não perceptível.
O aroma, conquanto sutil, se revela requintado e apresenta notas de maltes torrados, café, chocolate amargo, caramelo e quase nada de lúpulo.
O líquido ostenta uma textura um tanto resinosa (por certo em razão da aveia na receita); o sabor, inicialmente adocicado, é marcante e mais pronunciado do que sugere o aroma, mas ainda assim é de uma suavidade que torna os goles bem fáceis de beber. O paladar amplifica as percepções aromáticas com notas de torrefação, café, chocolate amargo, cacau, caramelo e lúpulo herbal para equilibrar o dulçor dos maltes. O final é longo e amargo. O álcool de ABV 6% se apresenta discreto e consolida um belo exemplar do estilo. A carbonatação é de média para baixa, o corpo é médio e a drinkability é muito boa.
O conjunto é destacado, harmonioso e certamente não é uma cerveja para ser degustada às quantidades. Diria que dois exemplares bem saboreados desta cerveja são suficientes para satisfazer o sujeito.
