Detalhe da Avaliação

3.8 120
Estados Unidos
Mauricio Beltramelli
Mauricio Beltramelli
10 de Dezembro de 2009 13453
(Atualizado: 05 de Maio de 2010)
Avaliação Geral
 
2.9
Aroma
 
5/10
Aparência
 
4/5
Sabor
 
12/20
Sensação
 
2/5
Conjunto
 
6/10
Um verdadeiro chá de lúpulo! A IPA da Anderson Valley tem características herbais tão pronunciadas e rústicas que chegam a mascarar a complexidade e o frescor do lúpulo Cascade usado em dry-hopping, dando à receita um toque mais grosseiro. Despejada na taça, apresentou uma cor âmbar acobreada de baixa transparência, com uma espuma de cor crua, volume médio e baixa persistência. O aroma é uma paulada de lúpulo: destaca-se aquele aroma meio grosseiro de capim seco, que lembra muito o aroma do próprio lúpulo em pellet. Esse aroma herbal de grama, que normalmente advém de um dry-hopping intenso, é aceito em intensidade moderada no estilo, mas aqui estava tão avassalador que acabou encobrindo a delicada complexidade cítrica, frutada e floral do Cascade. Ainda assim, notam-se, ao fundo, aromas lupulados de fruta vermelhas, grapefruit e toques sutis de maracujá e floral - que, ao meu ver, seriam muito agradáveis se não fossem mascarados pelo forte herbal. Há um sutil amanteigado do diacetil ao fundo. Se o aroma de capim seco já ofuscou o frescor do lúpulo no aroma, essa sensação se intensifica ainda mais na boca diante do intenso amargor, mas os maltes também aparecem para devolver um pouco da complexidade da receita com notas de caramelo, mel e toques sutis de torradas ao final. No paladar, o amargor é intenso a ponto de se tornar agressivo, pois não se trata daquele amargor limpo e cristalino, mas de um amargor seco e áspero, que pega na garganta mesmo. Há uma acidez considerável, toques salgados e uma doçura suave, que a meu ver não chega a contrabalancear e amaciar suficiente o forte amargor. A entrada mostra a acidez destacada, mas depois o amargor reina quase absoluto, deixando um final muito longo, seco e amargo, com retrogosto herbal, terroso e sugestão maltada de torradas. O corpo é médio, com textura seca, e o álcool mal se percebe.

No conjunto, este é um bom exemplo de uma cerveja extrema, que não propõe equilíbrio, mas que apresenta um sensação extremada. Os amantes de lúpulo poderão gostar; mas, para mim, esta cerveja não extrai do lúpulo o que ele tem de melhor a oferecer, pois ressalta suas características mais grosseiras e ásperas em vez da delicadeza de seus aromas e da limpeza do seu amargor. Tive a oportunidade de degustar esta cerveja em uma degustação comparada de IPAs com a Confraria Cervejeira Campineira, e a comparação só fez ressaltar sua rusticidade diante da complexidade e delicadeza dos aromas lupulados de outras IPAs.

Detalhes

Degustada em
01/Maio/2010
Envasamento
Volume em ml
355 ml
Onde comprou
Empório Alto dos Pinheiros
Preço
R$ 15
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