Não forma espuma, uma das marcas registradas deste mito do mundo cervejeiro. A cor é diferenciada, um ocre opaco muito turvo com partículas em suspensão, um líquido de imagem única. Não dá pra tirar nota de sua aparência. Tirar nota do quê então?
O aroma é muito intenso e complexo, indescritível. No paladar, a cerveja mais intensa que conheço: um caldo encorpadíssimo, com uma presença avassaladora de frutas secas, com notas que vão de pêssego e damasco a ameixas e figo. Lúpulo e maltes caramelizados também são muito evidentes, assim como as sensações vinificadas, licorosas e amadeiradas.
Potência? A V12 bi-turbo das cervejas. Cada ml se prolonga por intermináveis e indescritíveis segundos, com uma complexidade incrível. Seu sabor é vigoroso demais para que os meros 11,7% de álcool tenham alguma significância. Mesmo sem nunca ter degustado as famigeradas Westwleteren, algo me diz que nenhuma outra cerveja pode superá-la, mas, talvez, no máximo, igualar-se à esta preciosidade. Uma honra bebê-la