Quando eu e o John (Arthur Moschen) escolhemos a Primator Weizen para começarmos a degustação, ele me disse que ela tinha sido eleita a melhor Weizen de 2013. Eu gosto do leste europeu... ele é velho, antiquado, ortodoxo e tem uma antiquíssima tradição cervejeira.
A brutalidade começou logo no momento em que verifiquei o creme da marvada: consistente e borbulhante, ele é tão hipnótico quanto uma vela acesa. Ou quanto uma mulher dançando (ou um homem, de acordo com a sua modalidade). A espuma branca coroa um líquido amarelo escuro e meio turvo; pode me chamar de poético, mas eu me lembrei na hora daquela fração de céu que dura os últimos dois minutos do por do sol. E a espuma tem borbulhas!
Dei uma cheirada na receita e só senti o odor de banana. Tem mais coisa detrás disso, mas meu portfólio olfativo não faz jus ao tamanho do meu nariz. Fiquei com água na boca e - deveria ter tecado ela um pouco mais - dei-lhe logo um beijo. Docinha de banana de novo, com um amarguinho sincero. E no retrogosto, banana de novo! O álcool é tão bem inserido na receita que a presença dele agrega ao conjunto. Também tinha o tradicional sabor de malte de trigo, que eu fiz questão de procurar no fundo de tudo isso.
Ô cervejinha boa! Não é o top das top Weizen da história, mas certamente é uma weizen superior que merece respeito! Acho que vou comprar o copo dela... Drinkability? Peça logo duas!