Detalhe da Avaliação

Essa weizen russa apresentou inicialmente uma bonita aparência. Começou com praticamente nenhuma turbidez, chegando a ser translúcida, mas ao se despejar o fermento do fundo da garrafa, ganhou uma coloração extremamente turva e opaca, com uma tonalidade dourado-palha e com alta efervescência e bastante sedimentos. Seu creme é claro e com espessura mediana, porém pouco persistente e some rapidamente do copo, restando apenas uma leve fatia durante os goles. Forma pouquíssimo lacing.

Seu aroma desprende fácil e é bastante fiel ao estilo proposto. Sentem-se bastante notas de trigo/cereal, pão/biscoito, fenóis de cravo, frutados de banana, maçã e tutti-frutti, além de certa citricidade e abundante fermento. Enfim, tudo aquilo que se espera em uma German Weizen está presente e isso se mostra um ponto muito forte. Deve se ressaltar também a ausência de off-flavors (no máximo alguma percepção bem fraquinha de sabão).

Paladar adocicado desde o início sempre com notas de trigo/cereal, pão e mel. Há um lúpulo/amargor de fundo que equilibra o paladar, trazendo junto pontadas de fenólico, de azedinho e de picância. O gole é como um todo bastante saboroso. Retrogosto persistente, suavemente seco, mais puxado para o doce, trazendo novamente à tona notas de citricidade (laranja, lima) e malte de pão, além de mel e tutti-frutti. Seu corpo é leve e suavemente sedoso. Sua carbonatação é mediana e ótima para o estilo, sem comprometer as percepções no gole. Sua drinkability é bastante alta, sendo bastante refrescante e fácil de beber.

Essa Baltika #8 é uma criação russa que é muito equilibrada e fiel ao estilo alemão. Não esperava muito desse rótulo, mas fui surpreendido de forma positiva. Mostrou excelente caráter e praticamente nenhum off-flavor. Seu buquê é muito rico e potente, desprende fácil. Já seu paladar é bastante saboroso. Certamente recomendo. Grata surpresa russa! Tomara que continue a ser importada para o Brasil.