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Belgas correm aos mercados por “melhor cerveja do mundo”

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Milhares de belgas correram nesta semana aos supermercados onde estava sendo vendida, pela primeira vez, a mítica cerveja Westvleteren 12, produzida por monges, em troca de recursos para financiar as obras de reforma do mosteiro onde vivem.

A breja é considerada por muitos a melhor cerveja do mundo. Mas, para adquiri-la, até agora, os apreciadores precisavam dirigir-se à abadia de São Sixto, em Westvleteren, Flandres, Bélgica, perto da fronteira com a França.

Falta de grana no mosteiro

Enfrentando a falta de dinheiro para as reformas da abadia, os monges decidiram vender, a título excepcional, 93 mil embalagens com seis garrafas de 33 cl cada nos supermercados da rede Colruyt. A operação de venda, lançada na quinta-feira (3), vem sendo motivo até agora de grandes filas na frente de algumas lojas; 85% dos estoques foram comprados no primeiro dia, segundo uma agência de notícias belga.

O preço de cada caixa ficaria em torno de 25 euros nos supermercados, o equivalente a R$ 59,35. O lucro da venda total, calculado em 2,3 milhões de euros (R$ 5,46 milhões), será “totalmente dedicado às obras de renovação”, anunciou a abadia.

Oração e trabalho

Os monges lançaram a iniciativa “no espírito de prece e trabalho (Ora et Labora) de São Bento”, estipulando que “o trabalho deve prover as necessidades”. “Há dez anos, a comunidade foi confrontada com destruições, causadas pelo tempo, no claustro. Para financiar a reforma, os irmãos trabalharam desde setembro de 2010, na elaboração de cubas suplementares da Westvleteren”, explicaram em comunicado. Para a campanha de promoção, escolheram um slogan em latim: “Ad aedificandam abbatiam adiuvi” (“Contribuí para a construção de uma abadia”).

Depois de esgotados os estoques nos supermercados, a Westvleteren estará disponível, exclusivamente, e em quantidades limitadas, na abadia de São Sixto, onde vivem 30 monges. O mosteiro pensa em lançar uma iniciativa semelhante no exterior, em 2012.

Fonte: G1

Para saber mais: Veja a viagem que BREJAS fez ao mosteiro de São Sixto, na Bélgica, em busca da Westvleteren 12.

Westvleteren: A melhor cerveja do mundo, em tripla degustação

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A breja belga Westvleteren Abt 12 é considerada pela maioria dos rankings cervejeiros do planeta (incluindo o Ranking do BREJAS) como a melhor cerveja do mundo. E, se de fato não for, pelo menos é uma das mais raras. Os monges da Ordem Trapista que a produzem o fazem em levas extremamente limitadas, daí a aura mítica que a cerca.Conseguir um exemplar, mesmo na Bélgica, não é tarefa das mais fáceis.

É sabido que os religiosos, que fazem voto de pobreza, produzem essas maravilhas apenas quando realmente necessitam de verbas para a manutenção da Abadia de St. Sixtus, função única da produção. Nessa condição, não há regularidade temporal entre uma brassagem e outra. O que deixa algumas dúvidas a pairar: Existem diferenças sensoriais entre um lote mais antigo em relação a um lote mais “novo”? A Westvleteren Abt 12 evolui com a guarda?

Kathia Zanatta é beer sommelier. Alfredo Ferreira é mestre cervejeiro. Ambos são formados na Doemens Academy (Alemanha), e trabalham atualmente para o Grupo Schincariol. Recém-chegados de uma viagem que fizeram à Bélgica, conseguiram por lá uma garrafinha da breja. Eu já tinha outra descansando na adega, conquistada há exatamente um ano. Dúvidaswestvleterendegustacao31 postas, à prova: marcamos uma degustação dos dois diferentes lotes, frente a frente, na última sexta feira (29/05). O palco foi o Bar do Italiano, em Campinas. A sorte estava lançada.

Para inaugurar os trabalhos, antes do confronto, abrimos uma Westvleteren Extra 8, menos alcoólica (8% ABV) mas com quase a mesma complexidade da 12, que preparou nossos paladares para a comparação que viria a seguir. Após, vieram as melhores do mundo.

Em ambos os exemplares, estava tudo lá: A extrema complexidade, o amadeirado, as ameixas, as frutas secas, a sugestão de Porto. E as notas torradas, caramelizadas e achocolatadas. E o pungente lúpulo que harmoniza magicamente com o doce. E o final carinhosamente amargo que faz cair lágrimas furtivas. E tudo o mais que se pode dizer de uma breja extremamente balanceada, nobre, personalíssima. Quem ainda não experimentou pode achar deslumbre, mas a alma que já teve esse privilégio sempre concorda comigo: Não se pode ficar indiferente a uma Westvleteren Abt 12.

Diferenças entre os dois lotes? Kathia, Alfredo e eu temos de ser honestos: Se há, não sentimos. Restou, entretanto, outra prova. Concluímos que a temperatura mais adequada para se degustar a breja é em torno de 10 a 15 graus Celsius. A partir desse patamar, o álcool (10,2% ABV), que se inseria perfeitamente no set a ponto de quase não se fazer sentir, volatiza-se e aparece com mais potência tanto no aroma quanto no sabor, o que desbalanceia levemente o conjunto.

Feito o teste, passamos a divagar sobre o paradoxo que faz a melhor cerveja do mundo ainda ser tão rara. Em pleno capitalismo globalizado do século XXI, a incensada Westvleteren ABT 12 — que podia ser vendida a preços estratosféricos — é comercializada na Abadia de St. Sixtus ao inacreditável preço de 1,50 euro.

Basta ao interessado, estando na Bélgica, enfrentar pacientemente a interminável fila de veículos que se forma à frente da cervejaria do templo, toda vez que os monges cismam em fabricá-la pra fazer a graninha das hóstias…

Este escriba, Alfredo Ferreira (mestre cervejeiro) e Kathia Zanatta (beer sommelier)

Este escriba, degustando as Westvleteren com Alfredo Ferreira (mestre cervejeiro) e Kathia Zanatta (beer sommelier).

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O “Paradoxo Westvleteren”

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O vídeo acima (clique na seta para assistí-lo, em espanhol), produzido há cerca de um mês pela rede televisiva BBC Mundo, fala do “paradoxo” do qual padecem os monges da Abadia de St. Sixtus, na Bélgica, que produzem a Westvleteren Abt 12, considerada por inúmeros especialistas (e também pelo Ranking do BREJAS) a melhor cerveja do mundo.

Acontece que, por princípio, a Ordem Trapista, à qual pertencem os religiosos, não permite a mais-valia nem o lucro pelo lucro, uma vez que prevalece o voto de pobreza. Os monges querem, a todo custo, ser reconhecidos como monges, e não como cervejeiros, que é o que vem acontecendo.

Todavia, a alta procura advinda da crescente fama da breja vem conspurcando essa ordem. Traduzindo em miúdos, os monges estão sofrendo pelo fato de fazerem a melhor cerveja do planeta. Ao que se sabe, não há paradoxo mais eloquente no mundo cervejeiro atual…

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VEJA TAMBÉM:

A visita deste escriba à Abadia de St. Sixtus.

Caixas e caixas de Westvleteren — A visita do confrade brejeiro Michel Wagner à cervejaria.



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