A Schneider Aventinus Weizen-Eisbock é uma cerveja de baixa fermentação do estilo Bock, sub-estilo Eisbock. A origem das cervejas Bock, maltadas, robustas e escuras, remonta aos mosteiros medievais germânicos nos quais se produzia uma cerveja forte e nutritiva que era consumida pelos monges nos períodos de jejum. As cervejas Eisbock são na verdade uma Doppelbock (mais fortes e ricas, caracterizadas por um intenso perfil maltado, notas de tostado, chocolate, caramelo, ésteres frutados de ameixa, baixíssimo lúpulo e corpo alto) que passam por um processo de congelamento para acentuar a concentração alcóolica mediante a separação dos cristais de álcool que se formam. O sabor também acaba por ser mais concentrado, acentuando-se o perfil maltado e o caráter adocicado.
É fabricada pela cervejaria Schneider Weisse, fundada em 1872 em Munique (capital do Estado da Baviera) por George Schneider I. A história da cerveja de trigo é também a história da família Schneider. Ele era um fabricante real de cerveja, ou seja, detinha autorização para tanto. Como a cerveja de trigo estava em declínio o rei decidiu vender o direito de sua fabricação. George Schneider acreditou neste estilo, comprou o direito e começou a produzi-la sob sua marca em Munique. A cerveja ainda hoje é fabricada com a receita original do fundador, atualmente o empreendimento está sob os cuidados da sexta geração familiar e está sediado na cidade alemã de Kelheim. No portfólio destaque para o carro chefe da cervejaria a Aventinus TAP 6, que serve de base para esta Eisbock e que, na verdade é uma WeizenBock Ale; também merecem menção os rótulos da série TAP X MEIN.
Validade 31/05/2017 - garrafa de 330 ml, cor marrom, sendo que o rótulo é estilizado com gravuras do fundador, símbolo, prédio da cervejaria e cachos de trigo. No contra-rótulo vislumbram-se as demais informações tais como ingredientes, validade, graduação alcóolica etc.
Vertida na taça revelou um líquido de coloração castanho escuro, com elevada turbidez (não-filtrada - partículas em suspensão), que apresentou espuma de cor bege de belíssima formação, boa consistência e densidade e de persistência fugaz. Não há rendas ou camada perene e sim muitas 'lágrimas' escorrendo pelas laterais, cortesia do elevado teor alcóolico. Perlage (bolhas) perceptível, num belo visual.
O aroma se revelou muito rico, saliente e complexo, podendo-se perceber notas intensas de malte caramelo, chocolate, melaço, ésteres frutados de frutas vermelhas (notadamente ameixa), banana, figo, o característico condimentado de cravo, além de um amadeirado e intenso álcool que lembra vinho do porto.
No paladar o líquido se mostra licoroso e amplifica gratamente as sensações do olfato. De caráter adocicado ostenta sugestões mais salientes de malte caramelo, trigo, chocolate, melaço, frutas secas (ameixas e uvas), banana, figos, cravo, amadeirado, turfa e vinho do porto. O lúpulo é discretíssimo e o equilíbrio se dá entre maltes e álcool. O final é picante e sutilmente amargo e o retrogosto é adocicado, persistente e alcóolico. O álcool de ABV 12,0% é uma pancada e dá uma picância na língua e um aquecimento no sujeito, mas apesar de agressivo confere certa harmonia ao conjunto de modo a contrabalancear o pronunciado dulçor. O corpo é denso, alto, e a carbonatação é média-baixa. Razoável drinkability, não dá para se empanturrar.
Degustação prazerosa, proporcionada por conjunto complexo, equilibrado, potente e muito robusto. Excelente Eisbock! Minha primeira do estilo.
