Quando comecei a degustar cervejas especiais umas das que mais tinha repercussão na internet era a DeuS, seja pelo seu alto valor, sua qualidade ou por seu método peculiar de produção, que tem sua primeira etapa feita na Bélgica, em seguida, o líquido segue para a cidade de Reims, região de Champagne (França), onde é colocada em garrafas de champanhe e fica repousando nas caves para a segunda fermentação. Enfim chegou o momento de degusta-la graças a um grande amigo que me presenteou com essa maravilha que tem uma produção limitada de 15 mil garrafas por ano.
Sua coloração é dourada bem transparente. Creme branco, boa formação, pouco denso deixa uma camada perene até o último gole. A sua aparência é igual a de um espumante, com as bolinhas da carbonatação subindo deixando-a muito elegante na taça.
O aroma é maravilhoso tem uva verde, coentro, erva-doce, lúpulo, cravo, malte trazendo notas de biscoito tudo muito bem inserido de forma bem intensa, o álcool é perceptível. É difícil descrever o que se sente no aroma pois são muitas coisas diferentes, muito complexo. No sabor o álcool se mostra mais presente que no aroma. O amargor dessa breja é indescritível, bem intenso, paladar cítrico e picante. Alta carbonatação. Final amargo, doce, picante e alcoólico. Retrogosto frutado e com especiarias. Corpo leve.
Que cerveja, intensa no sabor e no aroma, complexa, sofisticada, sem palavras. Aliás ela me lembrou a Tripel Karmeliet que é a cerveja base para a produção da Deus. Legal ressaltar que é a mesma cervejaria que faz essas duas brejas, que é a Bosteels, cervejaria belga familiar que tem mais de 200 anos de funcionamento. O único defeito dela é o preço, porém ela vale cada centavo. Bebi essa breja ouvindo alguns artistas clássicos como Vivaldi e Beethoven, experiência única.