Detalhe da Avaliação

Sediada no município de Piracicaba, interior paulista, a "Cevada Pura" é uma cervejaria em plena expansão. Fundada pelos sócios Carlos Alberto Colombo (químico, especializado em fermentação) e Alexandre Augusto Peres Moraes (engenheiro de alimentos, ex- contratado da Kaiser) ela surgiu em 2001 com produção voltada a chope simples em barril.

Conforme os anos iam passando, mais e mais ela ganhava respeito em toda a região. Em 2007 deu início a sua linha engarrafada; em 2008 inaugurou uma choperia própria na cidade. O grande salto veio em 2013, com a abertura de uma nova e moderna planta produtiva em Piracicaba. No ano seguinte, uma segunda fábrica foi levantada na capital alagoana, Maceió. Também em 2014, a primeira franquia chamada “Cevada Pura Express" foi inaugurada em Santa Bárbara D’Oeste (SP).

Haja visto o crescimento espantoso, tudo indica que os próximos anos reservam ainda mais visibilidade à cervejaria. Em 2015, por exemplo, a marca lançou dois rótulos colaborativos com a prestigiada cervejaria americana "Cigar City" de Tampa, Flórida. Além disso, reformulou sua identidade visual e ampliou a linha fixa - prometendo mais novidades para os próximos meses.

CAFÉ & CACAU BROWN ALE

Lançado durante a edição 2015 do "Festiva Brasileiro da Cerveja" em Blumenau (SC), o rótulo é uma das receitas feitas em colaboração com a cervejaria de Tampa Bay, inaugurada em 2009, "Cigar City". Em fevereiro último, o Head Brewer da cervejaria americana, Wayne Wambles, veio ao Brasil para elaborar esta 'Brown Ale' de 30 IBU com adição de nibs de cacau orgânico, café e aveia.

Líquido marrom claro, translúcido. Servido pela segunda vez, verteu densas placas de sedimentos que comprometeram o visual. Espuma bege de média formação e longa duração.

O aroma destaca a presença do café tanto em forma de grãos torrados quanto verdes; além disso, um curioso cheiro de tabaco queimado evoca lembranças de um cinzeiro sujo. Malte tostado, cacau e leve floral de lúpulo acenam em segundo plano. Interessante!

De corpo médio e carbonatação intermediária, na boca mostra sinergia entre o suave dulçor de malte e o explosivo gosto de café em grãos. Moderado amargor de torra e lúpulo faz o contraponto, ao passo que notas de toffee, cacau, café verde e cinzeiro passeiam pelo palato. Final equilibrado, com rastros de café torrado e cacau impregnando o 'aftertaste'. 'Drinkability' mediana.

Cerveja bastante interessante em que o café fala mais alto do que quaisquer outros elementos. Se você, como eu, é apaixonado pela "Coffea arabica", não deixe de experimentar.

OBS: Infelizmente, o último quarto da garrafa ficou inconveniente de ser consumido devido à excessiva carga de sedimentos empelotados que se soltaram do fundo e inundaram o copo.