Essa ilusão de que as avaliações são imparciais me incomoda. O sabor da cerveja dialoga com o sabor que antes tínhamos na boca (queijo, cerveja anterior), dialoga com o que estamos fazendo, a temperatura do dia, a música, a distância do último beijo... Não sei. Desconfio que os avaliadores desconfiem pouco de suas avaliações... Desconfio também que o amargo dessa cerveja não atraia meu paladar, por vezes tão infantil. A cor, clara, é bonita - sob essa luz do agora. Mas o retrogosto exige queijo. Cheguei a pensar em não terminar de beber, jogar no ralo da pia. E nem é por causa do queijo, mediano, de agora. E nem é pelo último beijo, de ontem. É o amargo... a vida é muito amarga. Bebamos cervejas mais delicadas...