Uma cerveja simples e bem-resolvida, que alia uma altíssima drinkability e refrescância ao sabor do malte levemente tostado e interessantes toques de lúpulo. Quem procura uma das tais "americanas extremas" vai se decepcionar com esta, mas ela tem justamente na leveza a sua maior virtude - tanto é que se trata de uma cerveja bastante premiada apesar de sua suavidade. A cor é acobreada e transparente, com uma espuma bege densa, de volume e persistência apenas medianos. O aroma é pouco expressivo, levemente dominado por um interessante conjunto de notas lupuladas florais, levemente cítricas (grapefruit) e com um agradável toque de camomila, acompanhadas de um suave caramelado do malte. No sabor, o lúpulo fica um pouco mais tímido (sobressaindo-se o sabor cítrico) e o malte dá mais as caras, mostrando caramelo, frutos secos e madeira queimada sutil (sem secura), principalmente no final. Não identifiquei características relevantes de levedura, apesar de esta ser uma lager "híbrida", fermentada a temperaturas mais próximas daquela de uma ale. No paladar, domina de leve a doçura: o início é doce-amargo e dá lugar a um final um pouco mais rico e adocicado com o malte tomando a frente. A acidez baixa lhe aumenta a maciez e a drinkability. O corpo é talve seu maior destaque: levíssimo, aguado e com uma forte sensação de limpeza do paladar, tornando-a muito fácil de beber e refrescante. É o tipo de cerveja que se passa tranquilamente a noite toda bebendo sem que ela canse o paladar - por isso, inclusive, ela é suave. No conjunto, uma cerveja levemente centrada nos maltes, contrariando a máxima de que americano só sabe beber cerveja lupulada.