Sou um fã assumido das cervejas da Brooklyn Brewery, mas eles sempre acham um jeito de me surpreender. Essa imperial stout sazonal de inverno não deixou nada a desejar em relação à alta expectativa que tinha. Pelo contrário. Ela já mostra sua imponência pelo rótulo classudo, de extremo bom gosto. Ao abrir a garrafa - notem bem, “ao abrir”, não “ao servir” - o aroma exalado já mostra que lá vem coisa boa. Notas de um maltado intenso, toffee, caramelo, tostado, o café inerente ao estilo e o prometido chocolate, juntamente com um perfumado maravilhoso dos lúpulos Willamette e American Fuggle, inundam o ambiente. Além disso, pode-se sentir o álcool e um certo frutado, que identifiquei como uvas, mas confesso que a complexidade já tinha me deixado atordoado. No copo, a BCS é negra como petróleo, precedida por um creme marrom-claro que, se não é grande, é persistente e cremoso, deixando um excelente belgian lace. O sabor é tudo aquilo que se esperava, de acordo com o seu aroma intenso, porém, com o álcool aparecendo bem mais, causando um aquecimento confortável na boca. A BCS é encorpadíssima, quase licorosa, e deixa um retrogosto duradouro, alcoólico e bem balanceado entre o adocicado e o amargo tostado. Por conta disso, sua drinkability é comprometida. No entanto, a sua intensidade de sabor, de aroma e de corpo, é mais que suficiente pra satisfazer o paladar.