Flying Dog Double Dog Double Pale Ale

Minha cerveja de nº 800 no Ranking Brejas.

Aparência: a criatividade dos rótulos das Flying Dog é digna de nota. Os desenhos, as cores, as mensagens, enfim, tudo é fora de padrão. Particularmente, isso me agrada. Quanto ao líquido, ele é de coloração âmbar escura, com espuma bege de médio volume e duração, porém sempre mantendo uma fina camada perene.

Aroma: complexo. Percebe-se claramente o lúpulo herbáceo, o malte caramelo e um leve tostado. Em segundo plano, nota-se biscoito, "bolacha champagne", verniz e resina. O conjunto disso tudo é muito agradável.

Sabor: segue o aroma, porém com menos complexidade.

Sensação: a álcool desce esquentando, ao passo que o amargor do lúpulo também marca presença, proporcionando um final extremamente amargo, mas nada de intragável como dizem alguns. Vejo o extremo amargor como singular virtude.

Conjunto: para quem esperava um "chá de boldo" amarrando a boca, ela me surpreendeu positivamente, já que, ao meu ver, ela se mostrou, dentro de sua proposta, equilibrada e interessantíssima. A percepção de cada um dos seus elementos isoladamente demonstrou que ela é muito mais que uma "bomba de lúpulo". Cerveja ímpar. Imperdível.

Só ressalto o que já disseram por aqui: se você é fanático por lúpulo, o que é meu caso, não tem erro.

Cerveja absolutamente fantástica, extrema em seu estilo. Lúpulo bem floral no aroma que segue, transformando-se também em amargor, no sabor. Gosto fundo de caramelo do malte, algumas notas cítricas e um retrogosto - como já bem notado por alguns colegas - misto de ervas, blueberry, gengibre, algo como laranja... Enfim, pura complexidade numa cerveja em que eu "só" esperava o lúpulo.

Impressionante a capacidade da escola americana de reconstruir gêneros clássicos como as IPA e criar mais uma Flying Dog ímpar e maravilhosa como as demais. Experimente!

Esperava uma cerveja completamente desequilibrada e sem sentido nesta garrafa da Double Dog. Mais uma vez, meu preconceito me surpreendeu positivamente. Trata-se de um líquido extremamente aromático e saboroso, que segue o perfil das Flying Dog (pelo menos as que provei até agora), de ser uma cerveja extrema, mas mantendo uma certo equilíbrio para não torna-se uma cerveja massante e desagradável.
Coloração âmbar, em tons acobreados, mostrando média translucidez. Creme lindíssimo de cor bege, se forma com facilidade e mantém-se um bom tempo na taça, mostrando uma consistência pesada, aerada, lembrando nuvem.
O aroma mostra as mesmas características da sua irmã mais jovem, com boas notas frutadas e cítricas, mas com o malte também vindo com força para balancear com sua presença caramelada e melada. As notas doces não param por aí, sugerindo geleias que ficam entre cereja e amora. Há ainda uma presença secundária de notas florais, alcoólicas, que me lembraram esmalte.
A briga entre notas do malte e o lúpulo é devastadora na boca, quase um duelo de deuses furiosos. Apesar das notas amargas serem bem potentes (na verdade, até esperava mais pelo seu IBU), há boa presença de malte, dando tons de caramelo, mel e licor. O lúpulo complementa com seu frutado riquíssimo, além de obviamente um potente herbáceo. Ao final aparece o amargor propriamente dito, trazendo algo que parece um amargor de chá (?), mas com a companhia de ervas mais refrescante (me lembrou algo entre gengibre e hortelã). O álcool também é bem perceptível, mas não chega a agredir de fato, apenas causando uma sensação picante, bem forte. Seu retrogosto mantém aquela mistura de doce, amargo e um tom alcoólico, permanecendo por muito tempo na boca. Sua textura lembra um licor, segurando bem a potência alcoólica, mas o corpo não é tão robusto, o que a deixa um pouco mais acessível.

Um soco. Não, um trator! Extrema, extravagante, avassaladora, esta IPA imperial é uma cerveja deliciosa, mas nada equilibrada. Do tipo "ame-a ou odeie-a". Bem, eu a amo! Aroma intensíssimo e fragrante, que se desprende e invade o ambiente antes mesmo de servi-la no copo. Claro, com os lúpulos em evidência, já que esta cerveja usa Cascade e Columbus em dry-hopping para um aroma mais intenso. E que combinação de aromas lupulados! Não são nada grosseiros; muito pelo contrário, mostram-se cítricos, frutados e adocicados, fazendo um contraste com a pancada de amargor do lúpulo Warrior que vem depois, no sabor. Senti cascas de laranja desidratadas, Cointreau, geleia de blueberry e compota de abacaxi. O malte também aparece no aroma, com um quê caramelado e açucarado. Ao fundo, quebrando o frescor e a doçura do lúpulo, notei um leve toque de mofo, que coça o nariz - minha namorada sugeriu que lembra o cheiro de vestiário feminino, com um certo fundo de mofo encoberto pela doçura de perfumes doces e frutados. Ah, então está explicado por que é tão bom! O sabor, caso você não esteja preparado, é um soco na cara. O frutado dos lúpulos se repete mais uma vez na entrada, juntamente com um forte caramelado e açucarado do malte, meio licoroso. Contudo, nem toda essa intensa doçura de licor e geleia consegue equilibrar (luta inglória!) o avassalador amargor que toma conta da boca. Extrema no amargor e extrema no dulçor, mas esses dois extremismos não conseguem se equilibrar de forma harmoniosa. A sensação final é muito gostosa, apesar de obviamente desequilibrada. Na finalização, aparece um sabor muito vívido de gengibre que dá, junto com o álcool que se manifesta claramente, um toque picante à cerveja, como se ela já não tivesse sensações extremas o bastante. O final é extremamente longo e inescapavelmente amargo, raspando na garganta - mas ajuda o fato de que esse amargor não é muito seco, então não agride tanto na garganta quanto você espera. O retrogosto traz gengibre, caramelo e Cointreau para fechar a experiência. O corpo é denso, com textura licorosa - ou você esperava um corpinho leve e refrescante depois disso tudo? O interessante desta cerveja é que ela tem um delicioso jogo entre a forte doçura, o sabor frutado remetendo a geleia e o intenso amargor do paladar. Ela é obviamente uma cerveja extrema, para se beber no estado de espírito certo, sem esperar moderação. Seria extremamente fácil apontar seus defeitos e criticá-la. Se escolhêssemos esse caminho, porém, correríamos o risco de perder de vista o fato de que, apesar de desequilibrada, ela é muito saborosa e instigante. Como dizia Michael Jackson, se atentarmos só para os defeitos, beberemos sempre a cerveja "menos pior" - e perderemos experiências muito interessantes e vivas, como essa Double Dog. Por isso, jogue a moderação às favas e delicie-se indulgentemente em seus excessos!

Uma verdadeira cerveja extrema. Normalmente essas cervejas muuuuito lupuladas nã fazem a minha cabeça, mas essa eu gostei. Os aromas e sabores do lúpulo são dominantes, mas outros elementos (dulçor, corpo e alcool) estãi equilibrados.