Elevado preço das cervejas especiais nacionais

André Costa escreveu:

Eisenban não é mais parametro pra nada, qto vcs acham que sai 1 long neck pra Eisenbahn (que compra insumos junto com a Schin) e pra Bamberg???
E as Colorados eu acho caro, 8 ou 9 reais por uma pilsen 600 mL que leva em parte farinha de mandioca???
Outro problema é a distribuição, Baden e Eisenbahn usam o canal da Schin, as outras tem que arcar com custos de distribuição, eu acho complicado.

André, como já pontuei, me refiro aos preços da Baden Baden e da Eisenbahn mesmo antes de elas serem adquiridas pela Schin. Naquela época, eram já bem similares aos cobrados hj em dia, sem toda a logística, dinheiro, distribuição etc da Schin à disposição. Por outro lado, a Bamberg tb não conta com nada disso e pratica preços bem menores que a Wäls e a Falke, bem parecidos com os da Baden Baden e da Eisenbahn, é justamente essa a questão: p q a Bamberg consegue e essas outras duas não?

Quanto à Colorado, além da Caium, que eu tb não acho um bom custo- benefício, temos as outras, a Índica e a Demoiselle, por exemplo, são consideradas ótimas cervejas aqui no fórum. No super o preço fica em torno de 10 reais, pra 600 ml não acho tão caro. Se vc acha isso caro, o que dizer então das da Wäls, que custam me média 20 pilas a LN??

Na boa, mesmo "as grandes" como a AmBev e a Cervejaria Petrópolis, cobram na faixa de 6 ou 7 reais uma cerveja de trigo PORCARIA (Bohemia Weiss e Petra Weiss) nos supermercados de SC, isto quando se encontra. Por outro lado uma Franziskaner que atravessa o Atlântico chega no Brasil por míseros 5 reais ou menos. Dá vontade até de rir quando penso em que preço que uma Petra Weiss exportada para Europa (até parece) custaria lá. 10 euros? Hahaha... Ou talvez para exportar eles tirariam as taxas, impostos que repassam para os consumidores brasileiros e lá sairia mais em conta do que aqui pra nós (lembrando que isso acontece em vários setores do mercado nacional em que não vou entrar em maiores detalhes porque já envolveria outros coisas que não vem ao caso).

Ainda bem que isso não acontece, já pensou que vergonha seria um Alemão, um Belga ou um Tcheco, ou que seja um Português comprando uma Petra Weiss lá na terra deles? O que pensariam de nós? A Brahma já está tão banalizada lá no exterior nos 30 e tantos países em que é distribuída; entendam que seria como uma Cintra pra nós, ou uma Bella, se bem que acho que é um pouco menos que isso!

Carai, Milu ! Gordon Gekko foi do fundo do baú, hem ?

Acho que o esquema dos preços brasucas é uma onda meio Gordon Gekko sim. Não lembro se foi aqui que li alguém falando algo como: nessa brincadeira toda quem ganha menos é quem produz. Não sei a quanto sai uma Monasterium, por exemplo, da fábrica, posso falar asneira, não quero cometer injustiça, mas não me espantaria nem um pouco se descobrisse que não chega a dez reais e quem mete a faca mesmo são os intermediários.

Pedro Bianchi escreveu:

Já não acho justo as importadas chegarem com o preço que chegam aqui, imaginem as nossas cervejarias que estão aqui do lado e "incentivam" a beer evangelização. Por esse preço fica bem difícil uma pessoa que está acostumado a pagar pouco mais de um real numa cerveja, se convencer de que vale a pena gastar 10/15 vezes a mais no "mesmo produto"

Pedro, concordo com vc! Tarde da noite, eu, que já fui devidamente beer-evangelizada e que tenho o frenesi dos recém-convertidos, me pego pensando coisas parecidas, a meu modo peculiar: "puta que pariu, será que uma LN de cerveja (alguma qualquer que eu acabei de comprar) vale mesmo 20 paus?? Essa breja é quase 20 vezes mais cara que uma Skol da vida, mas será que é 20 vezes melhor?"

Muitas vezes sou forçada a concordar com o Marcussi, que classificou sua crônico costume de adquirir cervejas novas como um "vício". Se vc parar e pensar fica difícil argumentar logicamente que uma cerveja vale 20 pilas...

O certo mesmo seria boicotar todo esse mercado, mas quem aqui teria coragem de fazer algo do tipo e parar de sustentar este nosso vício saudável, de sempre procurar novidades e coisas de qualidade? Eles sabem disso perfeitamente, tanto os produtores, quanto os fornecedores, por isso fazem o que querem com os preços.
Acho também que nosso comodismo é tanto, que são raras as vezes que a gente tem essa atitude de pensar como a Milu e acaba sacrificando seu sagrado dinheirinho pra beber bem. Acho difícil esta realidade mudar aqui no Brasil. Talvez a LONGO prazo.

Mas a gente reclama de fome com a barriga cheia, pelo menos existem cervejas ótimas produzidas aqui, cervejas nacionais que estão pau a pau com muitas belgas, alemãs, inglesas, etc. Agora, vai beber vinho "bom" nacional, vai ? Um exemplo: Miolo Lote 43, um vinho de R$ 80,00 que tem a mesma qualidade, ou até inferior, de muito chileninho de trinta. No caso dos vinhos essa parada é ainda pior.

Dois apelidos desse Miolo: Calote 43 ou Lote 171.

Acontece que o brasileiro toma como qualidade o preço, uma cerveja de cinquenta é espetacular, se a mesma cerveja fosse vendida a dez não seria tão boa, e os vendedores, nas costas dos incautos, aproveitam pra meter preço. Me parece que é por ai.