AB Inbev é acusada de adulterar cerveja nos EUA

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12 anos 6 meses atrás #45007 por Gil Lebre Abbade Franco
como disse o Homini Lúpulo: botaram água na água

nem "brahmeiro", nem "beer snob"
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12 anos 6 meses atrás #45020 por Yuri Lopes
Não sei pq a maioria de nós (bebedores profissionais de cerveja sahusahsahu) ficam indignados pelo fato da Bud, skol, brahma entre outras serem uma porcaria, não é porcaria, é um estilo de cerveja, uma SAL, SAL é isso mesmo, milho, arroz, aguada, sem sabor, mas é um estilo. Claro que existem SAL boas, ou bem melhores que as já mencionadas, mas será que devemos esperar muito delas?

"Era um homem sábio aquele que inventou a cerveja."
Platão
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12 anos 6 meses atrás #45022 por Rafael Amarins

Yuri Lopes escreveu: Não sei pq a maioria de nós (bebedores profissionais de cerveja sahusahsahu) ficam indignados pelo fato da Bud, skol, brahma entre outras serem uma porcaria, não é porcaria, é um estilo de cerveja, uma SAL, SAL é isso mesmo, milho, arroz, aguada, sem sabor, mas é um estilo. Claro que existem SAL boas, ou bem melhores que as já mencionadas, mas será que devemos esperar muito delas?


Na verdade nós não somos afetados diretamente por isso pois não somos consumidores diretos, mas isso nos impacta de leve à longo prazo. Por que?
É um efeito em cadeia. Quanto melhores os padrões dessa cerveja de consumo em massa, maior será a tendência de o consumidor comum se adaptar, se acostumar, se familiarizar com o que é cerveja de fato, e não estas pocarias cheias de adjuntos baratos. Como isso nos impacta positivamente ou negativamente? Imagine dois cenários extremos: Um cenário em que mesmo a cerveja mais vagabunda é puro malte, sem arroz, sem milho ou quaisquer outros grãos. O consumidor tenderia a acostumar com o que nós temos como sendo Cerveja de verdade, massificando mais essa Cerveja, os aproximando mais do consumo de Cerveja de verdade. Neste cenário não haveria uma linha bem definida entre o que é uma cerveja de péssima qualidade, de massa, de uma cerveja "Premium". Não havendo essa separação a concorrência aumentaria, e consequentemente todos os benefícios da concorrência seja lá qual for o ramo desse bem de consumo: Preços mais baixos, menos abusivos, maior qualidade do produto e maior valorização e fidelização do consumidor. Seria uma maravilha!
O segundo cenário infelizmente é o que já temos hoje: cervejas de baixíssima qualidade, cheias de adjuntos porcaria, péssimo sabor, odor pior ainda e grãos baratos diversos dominando o mercado. Se o povo tiver isso como um modelo de cerveja... estamos ferrados! Vamos ter que continuar pagando um preço altíssimo apenas para beber cerveja "Premium" sendo que estas não deveriam ser nada além de simplesmente Cerveja. Essa segregação de quem bebe cerveja boa é prejudicial a longo prazo, pois se continuar assim a cultura cervejeira que temos aqui nunca irá mudar.
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12 anos 6 meses atrás #45024 por Yuri Lopes

Rafael Amarins escreveu:

Yuri Lopes escreveu: Não sei pq a maioria de nós (bebedores profissionais de cerveja sahusahsahu) ficam indignados pelo fato da Bud, skol, brahma entre outras serem uma porcaria, não é porcaria, é um estilo de cerveja, uma SAL, SAL é isso mesmo, milho, arroz, aguada, sem sabor, mas é um estilo. Claro que existem SAL boas, ou bem melhores que as já mencionadas, mas será que devemos esperar muito delas?


Na verdade nós não somos afetados diretamente por isso pois não somos consumidores diretos, mas isso nos impacta de leve à longo prazo. Por que?
É um efeito em cadeia. Quanto melhores os padrões dessa cerveja de consumo em massa, maior será a tendência de o consumidor comum se adaptar, se acostumar, se familiarizar com o que é cerveja de fato, e não estas pocarias cheias de adjuntos baratos. Como isso nos impacta positivamente ou negativamente? Imagine dois cenários extremos: Um cenário em que mesmo a cerveja mais vagabunda é puro malte, sem arroz, sem milho ou quaisquer outros grãos. O consumidor tenderia a acostumar com o que nós temos como sendo Cerveja de verdade, massificando mais essa Cerveja, os aproximando mais do consumo de Cerveja de verdade. Neste cenário não haveria uma linha bem definida entre o que é uma cerveja de péssima qualidade, de massa, de uma cerveja "Premium". Não havendo essa separação a concorrência aumentaria, e consequentemente todos os benefícios da concorrência seja lá qual for o ramo desse bem de consumo: Preços mais baixos, menos abusivos, maior qualidade do produto e maior valorização e fidelização do consumidor. Seria uma maravilha!
O segundo cenário infelizmente é o que já temos hoje: cervejas de baixíssima qualidade, cheias de adjuntos porcaria, péssimo sabor, odor pior ainda e grãos baratos diversos dominando o mercado. Se o povo tiver isso como um modelo de cerveja... estamos ferrados! Vamos ter que continuar pagando um preço altíssimo apenas para beber cerveja "Premium" sendo que estas não deveriam ser nada além de simplesmente Cerveja. Essa segregação de quem bebe cerveja boa é prejudicial a longo prazo, pois se continuar assim a cultura cervejeira que temos aqui nunca irá mudar.




Rafael, tudo o que você disse ta certinho, eu assino embaixo e gostaria de ver isso acontecer... Mas a realidade é que SEMPRE haverá produtos de baixa qualidade em TODOS os ramos do comércio. Não sei com o que vc trabalha mas imagino que deva haver os bons eos ruins no seu ramo. No meu ponto de vista a cena cervejeira brasileira tem mudado e muito de pouco tempo para cá, e o modelo de cerveja padrão acompanha o intelecto da massa, isso é inegável, o buraco é mais embaixo, não é só cerveja, é algo que vem lá do berço... O fato é que países grandes como brasil, eua, china, rússia entre outros é muuito difícil ter um padrão ideal de qualidade em qualquer ramo que seja, é muita gente diferente; agora países menores como rep. tcheca, alemanha, frança e bélgica por exemplo a população é "uma só" por assim dizer, logo sua cultura é mais uniforme, tanto pra cerveja quanto pro resto.

"Era um homem sábio aquele que inventou a cerveja."
Platão
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12 anos 6 meses atrás #45026 por Flávio Silveira
Sim, os tecnocratas da AB-Inbev, como de qualquer grande indústria que fature muito no terceiro mundo com produtos alimentícios em geral de baixa qualidade e alta liquidez em função do preço, está chamando o consumidor do terceiro mundo de analfabeto. Esses tecnocratas agem assim, desqualificando qualquer argumento verossímil e baseado em pesquisa que os exponha. E sempre apontam o alto índice de consumo de seus produtos - por 2 merréis o povão se encharca de cerveja barata - e oferta de emprego como sendo esses fatores os determinantes para qualificar a bebida que fazem.

É importante salientar que todas as respostas que os 'gigantes da cerveja' tornam públicas são iguais - está no banco de dados dos consultores, só copiar, colar e enviar para as mídias - em qualquer lugar do mundo, sejam evocando o alto consumo como 'aceitação geral do produto' (sem comentarem o preço como determinante e a poder aquisitivo de quem consome), investimento permanente em pesquisa (propaganda) e inovação (reduzir tempo de fermentação, baratear custos, adquirir insumos similares e baratos e lucrar tudo que puderem) enfim. A indústria mente e omite dados o que é ilegali. Bom, mas será que não são eles mesmos os autores das leis que os regem ajudados por forças ocultas dos sucessivos governos? O Estado brasileiro é conivente e faz parte do bando, não podemos esquecer disso, assim como aconteceu no escândalo do 'éter misturado ao leite'. Ou o Estado não sabia disso já que ele é quem controla? São as duas faces da mesma moeda. A qualidade do produto é só um detalhe.

Com o café acontece o mesmo. Os cafés ditos 'ordinários' vendidos nos super-mercados podem possuir o selo da Abic que faz uma só diferença: Ser 100% café. No entanto, pode estar misturado éspécie arabica (o que afirmam estar vendendo) com espécie robusta, que também é café, de qualidade menos apreciada e alta produtividade juntamente com grãos que apresentam defeitos e que interfrem na qualidade da bebida. Se não tem o selo aí já viu, toda sorte de grãos, paus e pedras, defeitos, etc. podem ser misturados, torrado e moído juntos produzindo, obviamente, uma bebida também de baixa qualidade. Por isso a valorização do segmento Gourmet, artesanal, grãos colhidos a mão, com uma torra diferenciada, todo o processo de produção melhor cuidado, sem mistura de espécies e, portanto, com preço equivalente, já que vende-se também a 'informação'. E a exemplo do que acontece com o boom no mercado do café gourmet, o mercado das cervejas artesanais é ditado, sobretudo, pelo que vem acontecendo nos EUA. Ainda não sei das vantagens ou desvantagens dessa nova tendência, além de termos hoje boas opções de produtos.

Ademais, o mais vil disso tudo são as mesmas auto-afirmações quanto ao 'paladar' dos trópicos, como sendo próprio para as cervejas que fazem ou vice-versa. Isso não tem fundamento!!! O que os produtores de café, cachaça, mezcal, tequila, pisco acham disso? Quem reflete minimamente sobre os sentidos, estudou Estética (filosofia), Antropologia, quem considera a experiência humana e a importância dos receptores sensórios fundamentais para se posicionar nesse mundo de sensações, ou medicina (fisiologia humana) sabe que a grande indústria de alimentos e bebidas peca em informações infundadas e mentiras, pois se vale nesse jogo de algo muito poderoso: a propaganda!

Ninguém pode dizer - ou melhor, pode e compra a ideia quem quer - que um povo 'x' está mais propício a aceitar/preferir a tal bebida que fazem ao invés de uma ale inglesa por exemplo, baseado em suas prórias afirmações 'sobre os trópicos'. Onde estão as fontes desses dados?! Gilberto Freyre e Antônio Houaiss já fizeram matérias pagas (e bem pagas) para as cervejarias com o objetivo de darem credibilidade a grande indústria. Verdade seja dita, antes da fusão Ambev e, possivelmente, a cerveja tivesse uma qualidade de fato melhor. Mas o povão/massa bebe porque é pobre e a bebida barata, ponto! O que torna o teor dessas propagandas "evolucionistas" e desqualificantes. Eles classificam seus consumidores como 'primitivos', desprovidos de capacidades cognitivas (haja vista os retardados representados nas propagandas), ignorantes incapazes de apreciar (pois pode ser perigoso, criam-se mitos, os deuses da indústria irão castigar!) qualquer outra que seja. Isso sem falar no fato de venderem 'pilsen' sem ser Pilsen, simples assim. O cara bebe chope brahma a vida inteira e diz que é o melhor?! Sim, o indivíduo pode achá-lo melhor se tiver uma experiência sensória considerável e o preferir em relação com outros, legítimo. Mas e se só bebeu/experimentou ele a vida iinteira que legitimidade tem para afirmá-lo como o melhor?

Qualquer pessoa em qualquer lugar do planeta pode preferir aquilo que melhor convier ao seu paladar, tato, olfato e visão (excetuarei aqui a audição por estarmos falando de alimentos). Mas enfim, assim os gringos vão reiterando e renovando as formas de colonizar e dominar culturalmente uma sociedade inteira - ou quase já que estamos aí refletindo sobre estas questões.

Que as artesanais brasileiras não acabem caindo na mesma lógica propagandista, pois já se percebe tais indícios através de suas propagandas. O 'beber menos e melhor' pode se tornar tão cruel mercadologicamente quanto (beber menos 'a do outro' e melhor e mais 'a minha'); 'evangelizar o consumidor' (convencer o consumidor a beber a minha, pois sou dono da verdade e o preço a pagar é esse) idem. Não podemos perder o horizonte de que isso é Mercado, todos querem vender, seja x ou y, artesanal pequena ou média gaúcha, paulista, carioca, mineira, norte-americana ou escocesa, brewpubs, bares e botequins, heineken, itaipava ou brahma, multinacionais ou nacionais e por aí vai. Alguém tem dúvida disso? Sem romantismos. Creio que tudo pudesse ser resolvido com a verdade, busca de informação e discernimento de cada um. Mas por que será que essa subserviência, esse aleijamento, manipulação, nossa incapacidade de peitar as indústrias, reconhecer direitos ocorre? Somos mercados periféricos, terceiro mundistas ou ditamos as regras? O maior problema social do Brasil é a educação?! Ahhhhhh entendi...

Poderia ser simples assim: Extra extra!! a grande indústria cervejeira passa a informar ao consumidor corretamente os ingredientes utilizados na produção de sua bebida, a forma como fazem, que não estão nem aí para a lei de pureza alemã e corrigem o estilo incorretamente informado de 'pilsen' para 'american/pale lager'. E aí, ponto: bebe e gosta aquele sujeito cujo paladar for melhor satisfeito com tal bebida. Mas sabemos que isso nunca vai acontecer...

Cordialmente,

Flávio Silveira.
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12 anos 6 meses atrás #45044 por Alexandre Almeida Marcussi

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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