Retrospectiva Cervejeira de 2010

Ao final de mais um ano de crescimento para o mercado das cervejas especiais, como vcs avaliam o que ocorreu ao longo de 2010? Quais foram os destaques positivos e negativos, tanto no mercado nacional quanto em relação às importadas? Eu destaco alguns fatos:

1. Para mim, o mercado nacional teve um ano pouco movimentado, com uma quantidade limitada de lançamentos em comparação com os anos anteriores, e com uma tendência a edições especiais, comemorativas e de preço bastante elevado. Por um lado, isso indica uma vontade das cervejarias de ousar com receitas caras para as quais não há tanto know-how acumulado, matérias-primas acessíveis e nem equipamentos disponíveis. Por outro lado, isso pode estar apontando para uma mudança no mercado consumidor, que passou a encarar a cerveja especial como item de consumo de luxo ou como presente para ocasiões especiais, e não mais para beber no dia-a-dia. Entre os produtos mais polêmicos, destaco a Colorado Ithaca, tanto pela inovação na receita quanto pela frustração em torno do seu preço de lançamento.

2. Entre as importadas, sem dúvida o destaque positivo foi a chegada das cervejas norte-americanas ao Brasil. Diante delas, a chegada recente das italianas acabou sendo pouco comentada. O destaque negativo, por outro lado, é que essas cervejas estão tendendo a ocuparem a mesma faixa de preços das ales fortes belgas, que estavam entre as mais caras do mercado antes. Outro fenômeno foi um aumento expressivo no número de rótulos, com uma enorme quantidade de novas linhas sendo importadas. Eu destacaria o retorno da Pilsner Urquell e a chegada das cervejas Brooklyn, Rogue e De Ranke. Também destaco a diminuição de preços (fenômeno raro) nas excelentes cervejas da Meantime, que estão começando a ficar quase no preço das demais inglesas. Diante da disparada de preços das belgas e americanas, inclusive, considero que a inglesas começaram a se tornar opções atraentes. Pelas Meantime, pelas Brooklyn e pelo trabalho com as Harviestoun (que tiveram sua linha ampliada e os preços diminuíram um pouco), eu destacaria a atuação da BrazilWays em 2010 como maior destaque entre as importadoras.

Em relação a mercado nacional eu percebi que esse ano houve um aumento no número de empórios que começaram a ofertar cervejas especiais e/ou começaram a dar mais importância a elas.

Muitos lugares já reservam bastante prateleiras so para as cervejas especiais e estão treinando o seu pessoal para melhor atendimento.

De negativo ainda é o preço alto que pagamos. Porém é mais triste quando alguns empórios, lojas, mercados e principalmente quiosques e bares elevam o preço a margens astronomicas e deixam as cervejas ainda mais inacessíveis e ao contrário do que tende o mercado faz delas um item de extremo luxo afastando novos apreciadores.

Para esses que cobram preços absurdos uma grande salva de vaias no fim de ano!!!

Gostaria de no próximo ano ver mais cervejas nacionais chegando em todos os cantos do Brasil. Falta alguma importadora fazer representações (tradding) aqui e pegar ai mais cervejas nacionais e fornecer pra todos e desregionalizar certas marcas.

Vale a pena citar que a imprensa nacional andou dando bastante atenção ao mercado de cervejas importadas, mais importadas do que especiais, afinal temos especiais nacionais que não tem tanto destaque.

Falta a Dona Excelentissima Presidenta Dilma Russef ajudar no proximo ano com algum subsidio para as nacionais e redução de taxa para as importadas;

Eu destacaria os eventos cervejeiros de 2010, que em geral tiveram seus ingressos esgostados, e também o incrível movimento de homebrewers que acontece no Brasil.

Faço coro com o João em relação ao cervejeiros caseiros. O ano de 2010 foi marcado por grandes eventos e avanços significativos para os homebrewers. Muita gente nova se associando às ACervAs (me incluo nessa); novos grupos surgindo por outros estados; novas parcerias no mercado de insumos, barateando o custo; diversas brassagens coletivas, agregando mais vozes ao coro dos contentes; novas competições, dando visibilidade pra muita cerveja boa país afora; ACervA Paulista se estruturando mais e mais... Pra deixar a gente feliz!

Mas não há dúvidas quanto ao tanto que ainda se deve caminhar, principalmente em relação aos custos, que limitam a expansão de uma nova cultura cervejeira brasileira.

2010!!!

Este é o ano que eu e minha noiva entramos para este maravilhoso mundo cervejeiro!!



Logo 2010 é um ano que foi repleto de novidades! Difícil comparar com anos anteriores

O que eu mais desejo? É que cada dia as brejas especiais se tornem mais acessíveis e populares!

Meu destaque vai para o Empório Alto dos Pinheiros.

Em São Paulo o Empório Alto dos Pinheiros se consolidou como polo irradiador da nova cultura cervejeira. Não é só porque tem um monte de cerveja, a comida é boa e o serviço excelente, mas porque a proposta não é criar esta aurea excepcional em torno da cerveja dita especial, mas sim uma alternativa para o dia a dia. Mesmo de quem não esteja bem abonado.
Sempre irão existir as cervejas que valem o mesmo preço de um grande vinho ou whisky, mas para consolidarmos uma nova cultura cervejeira é necessário haver cervejas baratas que não apenas as lagers aguadas e marqueteiras. Todo bebedor de cerveja deve saber que podem existir a seu alcance cervejas baratas com sabor, tem que existir uma opção.
Quem pode ir ao EAP sabe que isso existe.

Também tenho que citar a Cervejaria Bamberg, que fabrica os chopps servidos pela metade do preço nos finais de semana. Se não saissem a preço acessivel da fábrica seria dificil poder toma-los aos montes nos finais de semana do EAP.