Cerveja engarrafada X cerveja na pressão

Diego Baião escreveu:

Eu sou um dos donos do Boteco Colarinho aqui no Rio.
A grande diferença de trabalhar com chope Importado e Nacional é que o Importado é pasteurizado, o que garante uma vida longa ao barril e o dono do Bar não precisa se preocupar do Barril "estragar".
Já os nacionais so é viavel com camara fria.
E mesmo assim se o barril não acabar em 10 dias no MAXIMO (ja forçando a barra) mesmo com camara fria, ele já começa a ficar passado.
Então é necessario garantir giro pra ter chope nacional.
Espero ter respondido as duvidas.

Abs
Diego

Oi Diego,


Muito legal trazer sua experiência para o debate.

Gostaria de saber se você já trabalhava no ramo antes do Colarinho. Eu pergunto porque você disse que para trabalhar com chope artesanal nacional é preciso ter giro, e como o seu bar é recente, fico curioso para saber como vocês conseguiram trabalhar com grande variedade de chopes artesanais desde o princípio. Afinal isso contradiz o senso comum de que não é comercialmente viável trabalhar com esses produtos frescos porque o mercado ainda é muito pequeno, e a tendência seria perder o produto. Tirando o Brahma, quando litros em média vocês conseguem vender por semana no Boteco Colarinho?

Muito obrigado, de antemão, pela participação.

Até porque existe o chope e a "cerveja no barril". O charme ao servir é o mesmo, mantendo uma certa "aura mística", mas essa diferença da pasteurização é fundamental.

Lembrando que existem alguns "chopes" nacionais que também tem um tempo maior de guarda, como o Wals Tripel servido no EAP, por exemplo.

Fernando,
Na verdade antes de abrir o Colarinho eu era Supervisor de Vendas da Ambev e estava acompanhando o crescimento das artesanais nos bares cariocas.
Ai tive a ideia de unir as cervejarias artesanais e o mercado de chope carioca que é o maior do Brasil.
E pra ser 100% sincero quando eu abri o bar eu não tinha certeza que era viavel ter 5 chopes artesanais. Eu tinha 6 torneiras mas a principio 2 torneiras serviriam para Brahma.
Eu acreditava que iria servir o Brahma, Bottobier Helles, Mistura Classica Trigo e Stout e a ultima torneira eu iria utilizar para algum "chope" importado e pasteurizado.
Com o pouco tempo eu fui vendo que era viavel trabalhar com 6 chopes e depois disso 9.
Hoje o unico pasteurizado que eu vendo é o La Trappe Quadruppel.
Quanto ao volume varia mas em média é de 500 litros por semana excluindo o Brahma e o que mais sai é o Mistura Classica Weiss.
E na minha opinião há mais 1 fator para terem menos casas com chope do que com cerveja. Se um bar ja existe e decide trabalhar com artesanal, basta comprar uma geladeira, agora depois que o bar ja ta pronto é muito dificil contruir uma camara fria dentro do bar. Então é muito mais dificil operacionalizar mesmo que o dono bar decida trabalhar com chope.

Abs
Diego

Que eu saiba chope é o termo popular para cerveja servida na pressão, independentemente da forma de armazenagem ou de ser pasteurizada. Aqui no Brasil sempre associamos chope com a "pilsen" levinha não-pasteurizada (tipo chopp Brahma), mas essa não é a definição de chope.


Lembro que a Wäls usava bag-in-box para mandar os chopes para SP, certamente isso explica a maior durabilidade.

Agora surpreso mesmo fico ao saber que todos os chopes importados para o Brasil são pasteurizados. Nunca imaginei que cervejas como La Trappe e Weihenstephaner fossem pasteurizadas...

Fernando,

Na verdade eu acho que é. Não tenho certeza não.
Posso estar falando besteira.
Mas a validade dos importados são de meses e no caso do La Trappe anos enquanto os Brasileiros são de dias.

Abs
Diego

Será que eles não são cask conditioned?