Vejo algumas empresas que tem contrato de exclusividade, e outras que pelo preço negociado só compram determinado produto, como exemplo cito: McDonald´s, Billy the Grill e Patroni que tem contrato de exclusividade com a Coca Cola e muitas churrascarias aqui no Rio trabalham com JBS, que é a detentora das marcas Swift e Friboi, já vi supermercado que só tinha essas duas marcas. Aqui no Rio pelo menos , quando você vai a um shopping, normalmente você tem duas empresas vendendo refrigerante: Coca Cola e Ambev e a maioria dos restaurante provavelmente tem carne JBS, mas o assunto aqui é cerveja, antes da Heineken comprar a Femsa tínhamos duas opções de chopp também : Brahma e Kaiser ( duas SAL, e só). O que eu fazia antes era simplesmente não comprar, não bebia chopp em shoppings, hoje bebo Heineken,já vi confrade aqui declarar abertamente que não bebe Ambev, temos sempre opção, agora já pensou entrar em qualquer shopping e de repente ter um chopp da Wals ou da Colorado, claro que isso seria daqui a algum tempo, acredito que daqui a bastente tempo infelizmente. Perde-se a variedade em alguns bares, mas não vejo problema nisso, acho que sempre terá bares que apostarão em variedade.
No ponto que um iniciante beberá muita Ambev concordo, mas depois ele não migrará para as outras, a Ambev estaria tirando seus clientes da SAL, muita gente que bebe cervejas artesanais não repete rótulos com frequência, fora os lançamentos e novas cervejarias artesanais.
Ambev comprou mais ou menos 1% das cervejarias nacionais:

g1.globo.com/globo-news/contacorrente/no...-brasil-em-2014.html

Acho que o CADE só interferiria se a porcentagem fosse maior ou fosse uma grande aquisição ou fusão, tipo : Brahma e Antartica ou Perdigão e Sadia, e ambas foram liberadas, e a Itaipava, Skin, Avipal, Macedo e outras continuam sendo vendidas no supermercado.
Vão ter mudanças boas e ruins, tentemos aproveitar as boas e fugir das ruins.
Tem muita coisa errada no mundo da política e no mundo dos negócios, e o pior e que eles se misturam!!!
Mas nesse caso , vejo apenas como uma grande empresa comprando uma pequena.

Diogo Olivares escreveu: O problema maior de consolidação de mercado é o já citado controle. Dá pra ditar o preço (escala), dominar pdvs (mercados). O Pão de Açúcar da minha cidade diminuiu pela metade a variedade quando chegou a linha da Bohemia, e já me decepcionei em 2 bares com boas cartas que, num segundo momento, assinaram exclusividade e me deixaram sem as opções que eu gostaria.

Diogo, reparei exatamente na mesma coisa que você comentou. Tem duas lojas PdA perto de casa e a variedade de ambas caiu mesmo, pelo menos à metade, um pouco antes de as novas Bohemias aparecerem.

E para não ficar na pegada "só as menores serão afetadas": aqui na Zona Sul de SP é nítido que existe um problema na distribuição das Baden que tem afetado tanto mercados como bares e restaurantes.

Diogo Olivares escreveu: [...] já me decepcionei em 2 bares com boas cartas que, num segundo momento, assinaram exclusividade e me deixaram sem as opções que eu gostaria.

Não é surpresa que os bares que antes trabalhavam só com AmBev passem a oferecer apenas Colorado e Wäls, dentre as artesanais. Mas, pelo que você está relatando, já começa a haver bares voltados para o segmento artesanal que estão assinando contratos de exclusividade, e isso realmente é preocupante. Eu imaginei que a AmBev não conseguiria penetrar no ramo dos estabelecimentos voltados para o mercado artesanal (apenas nos estabelecimentos mais convencionais, nos quais as brejas artesanais eram só para tapar o buraco), que continuariam preferindo a variedade de fornecedores, mas talvez eu tenha me equivocado. Vamos observar os eventos com atenção.

Quanto ao Pão de Açúcar, acho que a estratégia deles é razoável. Com a recessão econômica e a disparada dos preços, o PdA teria muita dificuldade para conseguir fazer rodar um estoque tão variado de cervejas. Tanto é que eles estão tendo de fazer aquelas promoções malucas de 50% de desconto para vender tudo. É do interesse deles diminuir a variedade de marcas e focar naquelas que custam menos - como as da Kirin e da AmBev. Vejo isso como um interesse do próprio estabelecimento, e não (apenas) como uma pressão da AmBev. Precisamos considerar que estamos vivendo um momento de retração da demanda - ou pelo menos de desaceleração no crescimento. Um monte de gente que apostou que cerveja americana e belga ia vender que nem água está dando com os burros n'água.

Alexandre Almeida Marcussi escreveu:

Diogo Olivares escreveu: [...] já me decepcionei em 2 bares com boas cartas que, num segundo momento, assinaram exclusividade e me deixaram sem as opções que eu gostaria.

Não é surpresa que os bares que antes trabalhavam só com AmBev passem a oferecer apenas Colorado e Wäls, dentre as artesanais. Mas, pelo que você está relatando, já começa a haver bares voltados para o segmento artesanal que estão assinando contratos de exclusividade, e isso realmente é preocupante. Eu imaginei que a AmBev não conseguiria penetrar no ramo dos estabelecimentos voltados para o mercado artesanal (apenas nos estabelecimentos mais convencionais, nos quais as brejas artesanais eram só para tapar o buraco), que continuariam preferindo a variedade de fornecedores, mas talvez eu tenha me equivocado. Vamos observar os eventos com atenção.

Quanto ao Pão de Açúcar, acho que a estratégia deles é razoável. Com a recessão econômica e a disparada dos preços, o PdA teria muita dificuldade para conseguir fazer rodar um estoque tão variado de cervejas. Tanto é que eles estão tendo de fazer aquelas promoções malucas de 50% de desconto para vender tudo. É do interesse deles diminuir a variedade de marcas e focar naquelas que custam menos - como as da Kirin e da AmBev. Vejo isso como um interesse do próprio estabelecimento, e não (apenas) como uma pressão da AmBev. Precisamos considerar que estamos vivendo um momento de retração da demanda - ou pelo menos de desaceleração no crescimento. Um monte de gente que apostou que cerveja americana e belga ia vender que nem água está dando com os burros n'água.

Pois é, pra ilustrar melhor, cito os dois ''bares'': Madero, rede de restaurantes cujo destaque são os hamburguers, tinha um cardápio enxuto que contava com boas opções como Appia, Vixnu, Paulaner, Morada Double Vienna, com ainda dicas de harmonização - agora só Ambev; Empório Santa Terezinha, se não me engano com unidades em Campinas e Ribeirão Preto, com bar amplo e bastante variedade pra levar pra casa, mas substituiu os chopps Colorado por Bohemia, e para tomar as garrafas (artesanais independentes) lá são cobrados R$ 4,00 a mais, o que é novidade, antes não era cobrada esta taxa. Se alguém tiver exemplos pra dar, acho legal pra comprovarmos o controle de pdvs e a ameaça à qualidade do consumo.

Você pode estar certo quanto ao Pão de Açúcar. Mas a redução da variedade, somada ao fato de metade das opções serem Ambev, me incomodaram e fizeram eu ir embora de mãos vazias. Saldo: não encontrei o que queria, não pretendo procurar o pdv novamente tão cedo, sendo que antes era uma boa opção.