Viagem às grandes cervejarias da Bélgica – Westmalle

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Cervejas sagradas

O autor deste artigo esteve na Bélgica a convite da Buena Beer Importadora.

Depois de visitarmos as cervejarias St. Bernard e Het Anker, as quais são, digamos, “comerciais”, chegava a hora da caravana brasileira na Bélgica chegar onde poucos cervejeiros jamais estiveram: Dentro de uma cervejaria trapista, as quais são geridas por monges cistercienses que normalmente repelem visitantes. A Onze-Lieve-Vrouw van het Heilig Hart van Westmalle — para os íntimos, Westmalle — não era diferente. Só que, pra gente, exceção (santa exceção!) foi aberta e lá estivemos a xeretar.

Silêncio e devoção

Nossa turba ruidosa foi recebida pela gerente da cervejaria, a qual logo tratou de dar-nos um pito: Estávamos em local sagrado. O mosteiro de Westmalle é, em última análise, um mosteiro, e, como tal, um local de recolhimento e oração. Os religiosos se orgulham em dizer que não são cervejeiros, e sim monges — e que estão cervejeiros unicamente para continuarem a ser monges.

Foi-nos permitido ter um vislumbre do monastério — exceto tirar fotos — onde vivem pouco mais de cem religiosos, apenas alguns deles ligados à produção de cerveja, a qual é confiada a profissionais da área — embora sempre supervisionada pelos monges. A cervejaria fica dentro dos muros do monastério, porém em um anexo que faz com que o barulho das máquinas não interfira na meditação dos religiosos.

A sala de cozimento (foto no alto do artigo) é de sonhos, com tinas revestidas de cobre e ainda funcionando. Dá-se a impressão de, na próxima sala, topar com adegas de pedra e tanques de madeira.

Mas eis que…

Linha de envase das cervejas Westmalle: Alta tecnologia.

A abadia de Westmalle foi fundada em 1794, e a primeira cerveja produzida artesanalmente por lá foi servida aos monges em 1836. Acontece que, de lá pra cá, a fim de fazer frente à demanda (os religiosos decidiram vender as cervejas em 1856) a cervejaria do mosteiro veio sendo continuamente renovada.

“Olha lá, é tudo Krones!”

O resultado é que, em absoluto contraste com o silêncio lá da abadia, a linha de envase, rotulagem e expedição da Westmalle impressiona. “Olha lá, é tudo Krones!”, cutucava-me um maravilhado Cássio Piccolo (sócio do bar paulistano FrangÓ), ao identificar a marca alemã de equipamentos cervejeiros, famosa entre os técnicos por sua excelência.

No final da visita, mais uma surpresa exclusiva nos aguardava: A degustação da breja Westmalle Extra, a qual é produzida apenas duas vezes por ano e servida somente aos próprios monges (nos almoços!) e a alguns sortudos visitantes.

Westmalle Extra: Só para os monges e seus convidados.

Visite a cervejaria comigo!

Eu sei, nessa altura da leitura você já está babando, tanto de vontade quanto de inveja branca. Sossegue! Se possível, abra uma Westmalle Tripel ou Dubbel e viaje comigo nas fotos abaixo, clicando nas imagens para vê-las em tamanho grande:

 

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