por Sergio Curti *
Missão Denver, Colorado, 2012
Este é o meu relato de uma experiência única na vida de um cervejeiro, minha viagem à região das montanhas nos Estados Unidos, mais precisamente ao Colorado. A missão era conquistar o Great American Beer Festival (GABF), mas foi muito além disso.
Chegamos em Denver em uma quarta-feira (eu e um amigo que viajou comigo) fomos ao Hard Rock Café para uma das “obrigações turísticas” e para meu espanto não tinha apenas as cervejas normais mas sim uma dúzia de ótimas opções de cervejas na pressão (on-tap). Dividimos 4 pints para acompanhar os excelentes hamburgueres. Destaque para a Alaskan Baltic Porter.
No dia seguinte fomos buscar o Jon (nosso amigo gringo) no aeroporto e após alguns desvios fomos ao brewpub Bull & Bush Pub & Brewery. Chegando lá na hora do almoço, para nosso espanto, havia um aviso na porta alertando que em 41 anos de existência a cozinha deles merecia um descanso e estava em reforma. Oque fazer se a fome já apertava e só tinha cerveja? Mas já lá dentro vimos as pessoas comendo e embalagens sobre as mesas. Foi quando perguntamos para a garçonete que ela veio com vários cardápios de delivery e falou para ficarmos à vontade para pedir o que quiséssemos. Problema da comida resolvido com alguns saborosos sanduíches de carne estilo Philadelphia para acompanhar os 9 pints que dividimos entre nós três. Destaque para 41st Anniversary Imperial IPA.
Na volta do brewpub para o hotel paramos no mercado Whole Foods que costuma ter ótimas cervejas. Mas novamente para nosso espanto no estado do Colorado não se vende cerveja no Whole Foods. Perguntamos onde poderíamos encontrar boas cervejas e indicaram uma Liquor Store do outro lado da avenida chamado Colorado Liquor Mart. Chegando lá dentro, parecia o comercial do closet da Heineken, fomos direto para uma câmara fria cheia de excelentes cervejas americanas e estrangeiras. Saímos de lá com 15 garrafas e 3 copos para tomarmos no hotel em mais de uma ocasião. Abrimos 7 delas após descansarmos um pouco no hotel. Destaque da primeira leva para a RIS islandesa chamada LAVA.
Na sexta demos um descanço para o nosso amigo fígado pois às 17:30 começaria a batalha principal, o GABF. Detalhe para o dia: dia das crianças… mas o GABF não é para criança não, mas para mim era como um parque de diversões. Só fomos almoçar no Yard House com boa comida e umas 80 torneiras, mas só tomei um half-pint da Avery IPA.
Chegando ao Colorado Convention Center com a van do hotel pouco antes das 17:00 entramos na fila para o evento. Notamos algumas pessoas fantasiadas já em clima de festa, e várias pessoas com colares de salgadinhos pretzels (idéia engenhosa já que não pode levar comida, mas isso é permitido). Fila andando, recebemos o “livro” com a lista das cervejarias e as cervejas presentes no GABF com espaço para anotar as que degustarmos. Entramos com identificações e ingressos na mão, pegamos a pulseira do BA e também o copinho de acrílico (com a marca de 1 oz) apresentando o ingresso.
Minha informação era que o evento reuniria uma das maiores concentrações de voluntários para trabalhar na organização e realmente tinha muita gente ajudando e organizando. Tinha também muitos bebedouros com galões de água para os intervalos entre as degustações e banheiros o suficiente para dar conta de tanto diurético. Detalhe para o público feminino que compareceu bem ao evento evitando aquela sensação ruim de “Mundo de Marlboro” (onde ELES se encontram). E o público em geral notavasse que eram mesmo norte americanos.