Detalhe da Avaliação

Finalmente cheguei a outra lenda trapista. Essa Chimay Bleue ficou maturando bastante tempo em minha coleção até ser finalmente apreciada. Grande Réserve, safra 2007, degustada em setembro/2010.

Cerveja de visual belo. Coloração entre âmbar e marrom escuro com boa formação de creme, com razoável espessura e permanência não muito duradoura, sumindo rapidamente do copo. Praticamente não forma lacing.

Aroma espetacular. Desprende fácil com muitas notas frutadas e pouco usuais: vinho do porto, frutas vermelhas, tutti-frutti, cerejas, ameixas, passas, figos, baunílha, além do esperado chocolate, malte caramelo, torrefação. Aroma profundo e complexo, difícil até de descrever. Nota máxima nesse quesito.

Paladar adocicado seguindo o aroma, com notas pronunciadas de toffee, chocolate, torrado e café. Percebe-se um condimentado delicioso. Final fortemente doce e alcoólico, que esquenta. Retrogosto seco, prolongado, persistente, com notas de defumação, amadeirado, malte delicioso e mais condimentos (cravo-da-índia, canela, noz-moscada). Essa cerveja é bastante encorpada, com carbonatação mediana e precisa. Pelo teor alcoólico, o álcool está bem inserido. Muitíssimo caráter e complexidade elevadíssima. Drinkability limitada pelo teor alcoólico, pois é uma bebida que desce fácil mas que sobe rapidamente sem se perceber.

Cerveja top. Deu dó de abrir um exemplar tão único. Criei muita expectativa nesse rótulo e não me desapontei, aliás me surpreendi: jamais imaginei tamanha complexidade. Provavelmente é o rótulo mais complexo que já degustei. Definitivamente é uma cerveja que não pode faltar na adega de nenhum colecionador. Essa Grande Réserve é tão boa, que faz frente a vinhos bem requintados. Guardarei outros exemplares para datas especiais e harmonizações extremamente elegantes. Quase soberana no estilo Dark Strong Ale.