Cerveja de fermentação mista, envolvendo a inoculação de leveduras e bactérias. Além disso, passa por maturação em tanques de carvalho, de modo que os microrganismos que ali habitam, junto aos taninos da madeira, terminem de moldar seu caráter. Cada garrafa é composta por um blend de lotes com 8 e 18 meses de maturação.
O rótulo é uma homenagem à Maria de Valois, nascida em 1457 nos arredores de Bruxelas. Aos vinte anos, ela viria a ser duquesa da Borgonha (uma região hoje restrita ao território francês, mas que na época também incluía os territórios belgas de Artois, Flandres e Brabante). Sua figura se tornou célebre pela coragem de expulsar os franceses, impedindo que o rei Luís XI anexasse aquelas terras à França.
Líquido castanho translúcido. Contra a luz, revela tons avermelhados. O colarinho é bege, de bolhas pequenas, média formação e alta retenção. Na taça, observa-se o 'belgian lace'.
O aroma destaca notas amadeiradas que muito se assemelham àquelas encontradas num bom "tawny" do Porto. Malte tostado, açúcar caramelizado, cereja e vinagre balsâmico acomodam-se ao fundo.
Na boca tem corpo médio/alto, carbonatação frisante e textura sedosa. A acidez é pronunciada, trazendo novamente lembranças de vinagre balsâmico e cereja. Toques salgados e certa lembrança de Biotônico Fontoura também aparecem. O final é azedinho, levemente frutado e vínico. Nuances de shoyu e madeira surgem no retrogosto.
Uma de minhas cervejas favoritas. Se pudesse, faria um estoque.