Quem acha que na Bélgica só se bebe 'ales' de alta estirpe pode levar um susto ao caminhar brevemente por Bruxelas. A cerveja mais consumida - e da qual mais se vê propaganda nas ruas - é uma humilde 'Pale Lager' chamada Jupiler.
No mercado desde 1966, ela foi lançada pela antiga "Brasserie Piedboeuf" - cuja fábrica, localizada no vilarejo de Jupille-sur-Meuse (hoje integrado ao município de Liège) ainda está em atividade. Fundada pela família Piedboeuf em 1812, a empresa passou mais de quarenta anos fabricando apenas equipamentos para cervejarias. A produção própria de cervejas só começou mesmo em 1853.
Em 1987, após fundir-se com a "Stella-Artois", deu origem a "Interbrew". Com a fusão entre "Interbrew" e "Ambev" em 2004, ela passou a fazer parte da atual "AB-Inbev".
JUPILER
Patrocinadora oficial da "Jupiler Pro League" - liga profissional de futebol belga - esta 'Pale Lager' é feita com malte de cevada, milho e lúpulo.
Dourada e brilhante, forma uma espuminha rala que rapidamente se desfaz.
No nariz, forte cheiro de papelão indica avançado nível de oxidação. Traços de xarope de milho e álcool tornam o resultado ainda mais desagradável.
Na boca melhora um pouco - corpo baixo, crocante - com sutil dulçor maltado e algumas notas de pão. A sensação de papelão continua, porém menos intensa que no aroma. Toques de glucose de milho aparecem de novo. Apesar de uma pitada floral, o amargor é nulo.
Se existe um tipo de cerveja que o Brasil não precisaria importar, é essa: qualidade análoga às lagers de massa - só que mais cara - com o agravante de ainda estar fora de sua melhor forma em decorrência da viagem. Fuja!
Aroma discreto de malte. Dourada na taça, quase não houve formação de espuma.
Leve no paladar, docinha, quase não possui amargor.
Cerveja ok. Nada que a torne especial.