Kasteel Cuvée Du Chateau

Festival Brasileiro da Cerveja

Líquido de coloração marrom avermelhado, opaco. Creme bege de baixas formação e retenção.
Aroma e sabor trouxeram frutas escuras, esp. uva passa e ameixa, assim como na versão não maturada em barril (Kasteel Donker), além de calor alcoólico, e nuanças de madeira. Final sedoso com toques amadeirados e tostados, com dulçor leve residual.
Em comparação à versão não levada em barris, é muito menos adocicada e mais equilibrada. Ainda assim, não fui arrebatado pela versão envelhecida da Kasteel.

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Esta Kasteel Cuvée Du Chateau é uma cerveja de alta fermentação do estilo Belgian Strong Ale, sub-estilo Belgian Dark Strong Ale, este caracterizado por apresentar cervejas mais escuras (que suas primas de estilo), mas em regra igualmente fortes, bastante complexas, encorpadas e saborosas, com um ABV que pode chegar aos 12%. Com destacada formação de espuma as BDSA apresentam aroma e sabor dominados por dulçor de maltes, especiarias e frutado, notadamente de frutas secas. O lúpulo é sutil, o corpo é variável e a carbonatação é elevada.

A dita leva na receita lúpulo inglês Golding e é refermentada na garrafa (nova adição de leveduras e um pouco de açúcar).

É produzida por Brouwerij (cervejaria) Van Honsebrouck, cuja história remonta ao distante ano de 1811. Foi fundada por Amandus Van Honsebrouck, agricultor e prefeito na cidade belga de Werken. Seus sucessores continuaram no ramo, ampliando instalações, aprimorando técnicas cervejeiras e lançando novos rótulos, sobretudo lambics, gueuze, fruit lambic etc. Atualmente a 5ª geração da família ocupa a direção da cervejaria, a qual está instalada num castelo no município de Ingelmunster, mas há planos de mudança em curso. O portfólio é vasto e este é o primeiro rótulo que degusto.

Validade: dezembro de 2016; a garrafa de belo formato é de 330 ml, cor marrom, tampa cinza e amarela que traz o nome ‘Kasteel Cuvée Du Chateau’. O rótulo é sóbrio e traz em letras grandes e brancas: ‘Cuvée Du Chateau’; logo abaixo, em letras negras numa moldura amarela: ‘Kasteel’; mais acima uma figura do castelo em Ingelmunster e o ano da brassagem - 2012. No contra-rótulo uma profusão de informações: - endereço da fábrica, graduação alcoólica (ABV 11,0%), ingredientes, temperatura de serviço (12 ºC) e taça ideal (tulipa).

Vertida na taça revelou uma coloração marrom escuro com tons avermelhados e opacidade elevada; a espuma de cor bege é de bela formação, consistente, densa e de razoável manutenção, com bolhas médias e que reteve uma fina tampa residual sobre o líquido ao longo da degustação. Perlage (bolhas) perceptível.

O aroma se mostrou medianamente pronunciado, com boa riqueza e destacada complexidade. Apresentou perfil maltado e frutado, com nuances de torrefação, caramelo, toffee, nozes, pão, fermento, açúcar mascavo, frutado de ameixas e uvas passas, madeira/baunilha e amargor discreto. O álcool volatiza bem, lembrando vinho.

No paladar o líquido se apresenta com textura licorosa; traz uma forte base maltada e denota perfil adocicado, frutado e levemente picante. Eis que as impressões olfativas reverberam com mais intensidade e assomam-se notas de maltes torrados e caramelizados, pão, nozes, açúcar mascavo, fermento, frutado de ameixas e uvas passas, madeira/tostado e discreto amargor lupulado. O final é seco e levemente amargo; o retrogosto é maltado e alcoólico. O corpo e a carbonatação são médios-altos. O álcool de ABV 11,0% é saliente e proporciona agradável aquecimento. A palatabilidade (drinkability) é elevada.
Degustação superior e conjunto excepcional!

Recomendo muito!