A Brahma melhorou a lata, evocou de forma fetichista a sagrada expressão "Puro Malte", lupulou de algum jeito seu insosso aroma, mas espertamente manteve seu teor alcoólico com o intuito de inserí-la nos rolês que antigamente pela ordinária Brahminha eram banhados. O copo americano se enche graciosamente, embora sem maiores comemorativos. Ao paladar, a leveza impera e permite que goles se expandam latas, latas se expandam em fardos e fardos se dissolvam em domingos pandêmicos preguiçosos e refrescantes. Os nobres maltes que agora ostentam sobrenome - Pilsner e Münich - não são capazes de ativar nosso sistema de recompensa e nem de sustentar algo de marcante ao paladar por mais de 10 segundos... uma evolução. Melhor que os triviais 'xaropes gaseificados' de milho que éramos obrigados a engolir há pouco mais de uma década, seu custo afaga o etilista que mais sofre com os efeitos da crise econômica, mas não melhora seu padrão de vida e nem sua satisfação ao se inebriar.
Interessante upgrade da pilsener (intragável) da Brahma, com cor mais brilhante, presença de algum aroma, leve e agradável, e um sabor que se distingue da padronização das populares Ambevs de bar. O corpo do malte Munich aparece logo no início, causando boa surpresa de sabor e lembrando uma pilsener artesanal, ele tem duração curta e então o malte pilsener sobra um pouco na boca, lembrando infelizmente o chopp convencional (mas realmente não prevalece, pois a cerveja mantém a leveza geral e tiro curto na língua). O álcool é o baixo tradicional 4,7%, mantendo esta entre as leves, de fácil drinkabilidade. Pós-digestão bem leve também. Na prática, é boa e barata nova opção quando não há opções fora do mainstream por perto.