Invicta 1000 IBU

Para comemorar o seu segundo ano de existência, no ano de 2013, a cervejaria "Invicta" de Ribeirão Preto apresentou ao mercado a "1000 IBU" - uma "Double India Pale Ale" tão carregada no lúpulo que em tese alcançaria um amargor na casa dos 1000 IBU.

"IBU" ou "International Bittering Units" (Unidade Internacional de Amargor) é uma escala utilizada no mundo todo para delinear o quão amarga é uma cerveja. Inspirada pelo sucesso do rótulo de mesmo nome lançado pela cervejaria cigana dinamarquesa "Mikkeler", a "Invicta" comprou a polêmica e trouxe para o Brasil as discussões sobre quantos IBU's podem realmente estar presentes na cerveja e qual o limite do paladar humano para percebê-los. Do ponto de vista sensorial, há certo consenso de que um amargor acima da casa dos 70 - 80 IBU's não pode ser detectado pelo paladar humano. Já do ponto de vista químico, fala-se que o limite máximo de dissolução dos alfa-ácidos (substâncias presentes no lúpulo responsáveis pelo amargor) no mosto seria algo pouco acima dos 100 IBU.

Critérios técnicos à parte, o fato é que a "Invicta 1000 IBU" leva lúpulo nominalmente suficiente para deixá-la extremamente amarga. Feita com 3 tipos de malte, ela traz lúpulos das variedades "Magnum", "Nugget" e "Cascade" com 'Dry-Hoping" de "Simcoe".

Translúcida de coloração âmbar, forma lindo colarinho bege claro, feito de bolhas grandes e pequenas, que permanece firme durante longos minutos.

Aroma predominantemente cítrico com notas de compota e casca de laranja, tangerina e leve maracujá. Suave traço tostado de malte surge mais ao fundo assim como o caramelo. Legal!

Ao contrário do que se poderia esperar, na boca ela mostra proeminência tanto das "frequências" doces quanto das amargas. Lado a lado, percebe-se malte caramelizado levemente tostado e amargor incisivo de caráter cítrico. De corpo médio/alto e carbonatação elevada, possui razoável 'drinkability' com álcool bem inserido. Notas de doce de laranja, compota de tangerina e sumo de suas cascas delineiam um final notavelmente amargo e resinoso, com forte adstringência e ligeira picância. Essa sensação de "amarrar a boca" se prolonga no retrogosto bastante persistente.

Cerveja muito saborosa feita com a intenção de conquistar os "lupulomaníacos de plantão. O problema é que, apesar do "soco na cara" de nominais "1000 IBU", ela certamente não está entre as cervejas sensorialmente mais amargas que se encontram por aí ainda que tenham menos IBU's. Talvez se fosse mais seca, com as notas de caramelo mais contidas, conseguiria ter mais êxito ao emular uma sensação extremamente amarga. De qualquer maneira, independente de ser muito ou super-híper amarga, trata-se de uma DIPA bastante interessante e que merece ser degustada com toda a atenção. Experimente.

Lúpulo predomina no aroma e no sabor, já era esperado. Âmbar levemente turva. Espuma de média duração. Final amargo e seco prolongado. Ideal para os lupulomaníacos!

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Cerveja forte até na coloração, cobre, levemente turva, com espuma de média/baixa formação e duração. No aroma explosão de lúpulos, cítrico, frutado e floral, malte, biscoito, presente e perceptível em segundo plano. No sabor, inicialmente o adocicado do malte, seguido do amargor, intenso e duradouro, mas não agressivo. Possui corpo médio, bem carbonatada, alcoólica, porém bem inserido. Deliciosa breja tanto na pressão quanto na garrafa, de amargor intenso, mas refrescante. Uma explosão de lúpulos.

Breja cobre, com creme raso, mas durável. O aroma da a prévia de uma cerveja carregada de lúpulo, mas equilibrada, pois assim como as notas florais, o malte está presente. O sabor segue o aroma, e o conjunto torna o "assustador" 1000 IBU (apesar do paladar humano ser incapaz de assimilar amargores muito superiores a 100 IBU), em uma boa harmonia. O retrogosto é seco, como de praxe do estilo.