Líquido negro e opaco. Creme bege escuro de baixa retenção, médias formação e consistência.
Aroma intensamente alcoólico licoroso, achocolatado, torrefação café e malte, frutas escuras quase imperceptíveis. No sabor, a complexidade licorosa, juntamente com as outras notas presentes no aroma, é muita intensa no paladar, somado à textura viscosa do líquido, uma cerveja mastigável. O final é cremoso, doce licoroso, gerando um drinkability baixo. Retrogosto e retronasal trazem a torrefação do malte e café, e dulçor licoroso (em primeiro plano ao longo da degustação).
Não é segredo para ninguém que conviva comigo no meio cervejeiro que sou fã declarado pelas stout, que inclui muitas RIS. Desde que comecei a dar ênfase à degustação delas, esse rótulo Evil Twin aparece para mim de várias formas na internet, amigos, etc. Não é incomum uma cerveja ser moldada pelo nome que carrega, nesse caso um nome de peso indubitavelmente, mas, infelizmente, não fiquei impressionado com essa RIS da Evil Twin. Não sei se é só minhas preferências no estilo, ou ter esperado tanto e por tanto tempo. De qualquer forma, quero salientar um ponto que acho crucial no estilo, o equilíbrio. Imperial Stout muitas vezes não é um estilo fácil beber, mesmo para quem gosta. No casso desse rótulo particularmente, dulçor licoroso intenso somado à potência alcoólica (12% ABV) sem arredondamento no final gera um "licor de café / chocolate", só que se trata de uma garrafa de 660 mL. Fiquei satisfeito com uma taça, daí então as sensações foram piorando. Tenho que admitir que a complexidade desse rótulo em si é muito alto, mas sem o fator equilíbrio, passa a ser, pelo menos para mim, um licor, uma taça no máximo acompanhando ou não uma sobremesa. Esperava mais dessa cerveja.
2025
Apresentou coloração preta opaca com espuma marrom escura de baixa formação e longuíssima persistência. No aroma temos café, malte torrado, chocolate amargo, ameixa, baunilha, caramelo, mousse de chocolate e suaves toques defumados. Na boca as notas mais proeminentes remetem a licor de cacau, café expresso, figos secos, maltes torrados, leve defumado e açúcar mascavo. Tem bom corpo, baixa carbonatação e textura licorosa. Excelente!
2017
Provando novamente essa belezura 3 anos depois, agora em lata. Na pressão, tinha sido uma das melhores RIS que eu havia tomado. Servida no copo Spiegelau Stout apresentou coloração preta com espuma marrom de baixa formação e longuíssima persistência. No aroma temos café, torrefação, chocolate amargo, licor de cacau, baunilha, caramelo figos secos e cinzas. Na boca as notas mais proeminentes remetem a rum, mentolado, café expresso, maltes torrados, madeira, tabaco e açúcar mascavo. Tem bom corpo, baixa carbonatação e textura licorosa. Na versão enlatada também é primorosa.
Aromas de média intensidade, bastante complexos: início de café e baunilha; enquanto esquenta vai perdendo o torrado, flertando entre a baunilha e o chocolate escuro, com nuances de madeira; em seguida atinge seu ponto máximo, com notas doces, evidentes e muito saborosas de madeira... caralho!
O sabor é uma ótima replicação dos aromas, sendo relevante dizer que os 12%ABV não aparecem no aroma, tampouco no sabor. É doce na média, torrada na média, amarga na média. Tudo soa muito equilibrado.
Drinkability extrema, corpo e densidade de médio pra alto, baixa carbonatação.
Esta cerveja é um verdadeiro deleite para os fãs do estilo. Uma verdadeira must! A contribuição do envelhecimento em madeira trás uma complexidade extrema ao estilo... Conclusão: tenho que tomar novamente!
Líquido de cor negra intensa e espuma marrom escura de belíssima formação e resistência, marcando bem as laterais do snifter. Aroma espetacular trazendo chocolate, café, pão torrado, ligeiro salgado, álcool e açúcar mascavo. Na boca ela é um licor, potência alcoólica evidente, notas de chocolate aparecem e depois dão lugar a sensações amarga/torrada/salgada, já no segundo gole você começa a rezar para que ela não acabe nunca. Final seco, quente, torrado, amargo e persistente, retrogosto lembrando conhaque. Não mais que surpreendente, não menos que espetacular!