Mikkeller Monk's Elixir

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A Mikkeller Monk’s Elixir (algo como elixir dos monges) é uma cerveja de alta fermentação do estilo Belgian Strong Ale, sub-estilo Belgian Dark Strong Ale, este caracterizado por apresentar cervejas mais escuras (que suas primas de estilo), mas em regra igualmente fortes, bastante complexas, encorpadas e saborosas, com um ABV que pode chegar aos 12%. Com destacada formação de espuma as BDSA apresentam aroma e sabor dominados por dulçor de maltes, especiarias e frutado, notadamente de frutas secas. O lúpulo é sutil, o corpo é variável e a carbonatação é elevada. No BJCP é escalada como ABT/Quadruppel, estilo que de modo geral é caracterizado pela robustez oriunda da forte presença de malte (algo como 4 vezes a quantidade habitual numa receita básica, o que manterá as leveduras em ação por mais tempo), baixa lupulagem, teor alcoólico elevado (acima de ABV 10%), aromas frutados, condimentados, de cereais, especiarias etc.

A receita, claramente de inspiração belga, leva água, malte (pilsner e pale ale), ‘maple syrup’ (xarope de bordo – extraído da seiva da árvore de Ácer, comum no Canadá e EUA), açúcar mascavo, lúpulo (variedades northern brewer/Reino Unido, hallertauer/Alemanda e stryan goldings/Styrian é uma localidade na Eslovênia) e levedura. Foi brassada nas instalações da cervejaria belga De Proef.

É cria da Cervejaria Mikkeller, fundada em 2006 na cidade de Copenhagen/Dinamarca por Mikkel Borg Bjergsø, então professor do ensino médio de matemática e física, e pelo jornalista Kristian Klarup Kellercujo. A produção das cervejas Mikkeller, exportada para mais de 40 países, se dá de forma nômade, utilizando as instalações de outras cervejarias o que acaba por divulgá-las e avalizá-las, além de economizar o dinheiro que corresponderia à montagem de instalações próprias. Há ainda bares Mikkeller em Copenhagen, Estocolmo, San Francisco e Bangkok. O portfólio é vastíssimo, com cervejas especiais (brassagem única), sazonais, comemorativas e continuadas. Este é o quarto rótulo que degusto, mas tenho na adega algumas joias: Beer Geek Brunch, ‘X’ Imperial Stout, Black Hole, George, linha Forêt, Nelson Sauvin, Cù’t Cà Phê Bia e outros.

Vintage 2013 – validade é 15/02/2018. A garrafa é de 330 ml, cor marrom, tampa preta com a inscrição da validade. O rótulo se apresenta na cor marrom (alternando faixas mais claras e escuras) numa moldura branca; minimalista, traz apenas os escritos ‘Monk’s Elixir’ e ‘Mikkeller’. No contra-rótulo menção à graduação alcoólica (ABV 10,0%) e à recomendação para manter em local escuro e fresco.

Vertida na taça revelou uma coloração marrom escuro, opaco e com turbidez mediana. A espuma é de cor bege, de boa formação, consistente e com bolhas médias e de razoável persistência. Algumas rendas escorreram pelas laterais da taça e uma fina tampa residual restou sobre o líquido ao longo da degustação. Perlage (bolhas) perceptível.

O aroma se mostrou agradável e medianamente volátil. Apresentou perfil nitidamente maltado que propiciou notas de torrefação (chocolate amargo), caramelo e tostado, bem como toffee, açúcar mascavo, fermento (mitigado), sutil frutado de ameixas, uvas passas e bananas e discreto amargor com nuances herbal e floral. O álcool volatiza bem e lembra vinho do porto.

No paladar o líquido se apresenta licoroso e deixa a boca agradavelmente cheia. Seu cartão de visitas é uma vincada base maltada, com impressões ainda mais intensas que aquelas apreendidas pelo olfato. Percebi notas de torrefação (chocolate amargo), caramelo, toffee, tostado, açúcar mascavo, fermento, frutado de ameixas, uvas passas e banana, madeira, vinho do porto e coadjuvante lúpulo herbal/floral (IBU 28). O final é pronunciado e o retrogosto é adocicado e alcoólico. O corpo é médio-alto e a carbonatação é média. O álcool de ABV 10,0% é saliente e provoca agradável aquecimento. A palatabilidade (drinkability), apesar do perfil maltado, é muito boa!

A Cervejaria Mikkeller é pródiga em fazer experimentos, sem se prender fielmente às características clássicas dos estilos. Esta Monk’s Elixir, conquanto apenas similar ao clássico belga, tem suas virtudes. Maltada (equilíbrio um pouco aquém), com boa complexidade e robustez, proporcionou uma ótima degustação.

Recomendo!

Líquido marrom escuro e medianamente opaco. Creme bege de baixa duração e breve.
Aroma e sabor foram assertivos quanto ao candy sugar, ingrediente típico em receitas de alguns estilos belgas, além de desprendimento de álcool. No sabor, não foi diferente, o candy sugar esteve muito presente ao longo da degustação, trazendo sensações de melaço, açúcar queimado, açúcar mascavo, todas nuanças dentro das notas açucaradas.
Diferente do que normalmente se espera quanto à complexidade aromática e de sabor, esse rótulo lançou mão da "simplicidade" para essa receita de Belgian Dark Strong, cujos aroma e sabor não trouxeram quaisquer sensações de leveduras ou lúpulo, especiarias ou frutas. Ainda assim, se mostrou uma cerveja muito fácil de se beber a despeito dos seus 10% ABV. Além disso, as notas plurais de caramelização foram muito agradáveis.

Coloração marro, levemente turva, com média formação de espuma. No aroma, destaque para o dulçor, lembrando um melado, cana, com toque de frutas passas. O sabor lembra uma barley wine, adocicada, com fácil sensação do álcool. Uma cerveja diferente, fácil de degustar, porém sem grandes destaques.

Essa é marrom escura com poucos reflexos claros e possui pouca formação de espuma.
Seu aroma provê chocolate e pouco caramelo, enquanto o sabor conta com notas torradas e doces, amargor relevante e álcool aparente.
Corpo pesadinho e carbonatação ativa.
Uma boa cerveja, Mas convenhamos que pelo preço valem mais a pena as belgas.