Eis aqui uma dessas IPA que elevam o estilo a outro patamar.
Espuma farta, meio fofa, brilhante, com grande aderência, deixando pequenos flocos bem formados na parede do copo. Líquido de belo alaranjado translúcido. Carbonatação vívida e duradoura, com formação de microbolhas. O aroma entrega maracujá, lichia, tangerina, malte, herbal.
Na boca, impressionante pegada com frutas: além das citadas no aroma, também manga e leve limão. Mas o que impressionou mais ainda foi o festival de amargores variados, principalmente no final, quase seco, apenas o suficiente para chamar por mais goles.
O corpo tem algo de cremoso, algo de sedoso; nem muito líquido nem muito denso. Grande drincabilidade. Força e leveza em perfeita integração.
Retrogosto lupulado com sensação residual, tão marcante quanto suave, bem prolongado e agradável a ponto de não querer beber nem comer algo tão cedo só para estendê-lo.
Confesso que essa dinamarquesa me venceu. Sua complexidade certamente é mais rica ainda do que a descrição aqui passada, mas é dessas brejas que deixam a avaliação em segundo plano e dão espaço apenas à vontade de curtir e viajar em cada gole. Acredito que esse é o melhor elogio que posso fazer a uma cerveja.
Servida no IPA glass apresentou coloração alaranjada com espuma branca de abundante formação e ótima persistência. No aroma temos maracujá, geleia de pêssego, manga, melão, floral, raspas de limão e mel. O sabor acompanha o aroma, complementado por abacaxi, pinho, limão, notas picantes e tons herbais.
A Todd The Axe Man é uma produção colaborativa entre a dinamarquesa Amager e a americana Surly. O nome é uma homenagem à Todd Haugh, cervejeiro da Surly, guitarrista de bandas de heavy metal e suposto destruidor de cabeças. O rótulo mais parece saído da capa de um disco head banger. Produzida com apenas um tipo de malte, o escocês golden promise, e com três lúpulos, os americanos Citra e Mosaic e o alemão Hercules, é uma estupenda american IPA. O que mais me impressionou foi sem dúvida o frescor e a delicadeza em uma cerveja altamente lupulada e com um amargor estupidamente limpo. Quase um suco de frutas tropicais.
Vertida apresentou uma coloração dourada bem clara, nebulosa e com um creme branco denso, de grande formação e boa persistência.
Aroma intenso com notas cítricas (grapefruit), muita fruta tropical (manga e maracujá) com uma leve pegada resinosa. O malte é apenas base e está bem sutil.
Na boca mostra-se ao mesmo tempo leve e complexa. Novamente uma profusão de notas de grapefruit, manga e maracujá. O final é seco e com um amargor extremamente limpo e fresco e com algumas notas resinosas perfeitamente encaixadas. Aftertaste profundo, suave e persistente com as notas cítricas e frutadas e um suave malte doce. Corpo leve e carbonatação média.
No conjunto uma American IPA que impressiona pela leveza mesmo com tudo o que esperamos de uma cerveja extremamente lupulada.