Cerveja & Filosofia: A compreensão da mente humana através das brejas

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Durante o primeiro Curso de Formação de Sommelier de Cervejas da Doemens Academy no Brasil, do qual tive a honra de participar na semana passada, a mestra Cilene Saorin anunciou, ainda para este mês, o lançamento do livro Cerveja & Filosofia. A sommelier de cervejas faz a apresentação. Abaixo, o release oficial do livro.

Livro propõe que beber cerveja significa encontrar fonte de prazer e compreensão da mente humana

Cerveja & filosofia chegou para incrementar ainda mais a famosa expressão filosofia de botequim, pois oferece aos amantes da cerveja novos debates que vão desde a produção da bebida até os encontros para apreciá-la. Organizado pelo norte-americano PhD em filosofia Steven D. Hales, o livro é uma oportunidade para refletir sobre a representação do ato de beber cerveja na vida das pessoas.

O volume reúne vários artigos escritos por diferentes profissionais, incluindo filósofos, produtores de cerveja, mestres cervejeiros e bebedores profissionais. O ponto principal é analisar por que a cerveja é considerada a bebida mais democrática, reconhecida como um ícone socialmente agregador de grupos distintos. Os textos propõem que o estudo sobre a cerveja pode revelar traços importantes sobre a mente e a moralidade humana.

Dividido em quatro partes – “A arte da cerveja”, “A ética da cerveja: prazeres, liberdade e caráter”, “A metafísica e a epistemologia da cerveja”, “A cerveja na história da filosofia” –, o livro é apresentado por Cilene Saorin, a mais representativa sommelier de cervejas do Brasil. O livro expõe temas sobre os elementos de produção e ingredientes que tornam uma cerveja boa ou ruim, as diferenças entre cervejas industrializadas e artesanais (golden larger, bocks, amber ale), as leis que apoiam ou comprometem a comercialização e a produção da bebida. É interessante pensar que, enquanto um artesão produz a própria cerveja, desenvolve a percepção pessoal e sensorial, a ousadia e explora novas fronteiras.

Cerveja: sinônimo de prazer

O consumo de cerveja é datado desde antes do nascimento de Cristo. Trabalhadores que construíram as pirâmides do Egito recebiam diariamente um barril de cerveja como pagamento. Após um dia árduo de trabalho nas construções, se reuniam para beber, para relaxar. Desde a Antiguidade, encontrar-se, portanto, com outras pessoas, escolher a cerveja preferida, acompanhá-la ser servida e degustá-la faz parte de um ritual de arte e prazer que, talvez, só os bebedores compreendam.

No livro, alguns articulistas discutem se os métodos de produção influenciam diretamente nos tipos de cerveja e sabores obtidos. A industrialização em massa e os ingredientes não tão refinados contribuiriam para uma qualidade inferior? Outros acreditam que existem, sim, sabores e qualidades diversos, mas o essencial é o contexto no qual a bebida é experimentada. Não importa a procedência da cerveja, mas se o momento de consumo é ou não especial.

O que diriam Kant, Henry James, Aristóteles e outros?

Os textos têm um toque de humor tanto na linguagem quanto nos argumentos propostos, por exemplo, quando se aborda a questão das lentes da cerveja. Por que, depois de algumas rodadas de chope, nosso companheiro parece mais bonito? A cerveja tem efeitos psicoativos, ou seja, transforma temporariamente a percepção, o humor e o comportamento, oferecendo ao consumidor um estado novo de consciência. E ainda: se a cerveja proporciona tanto prazer, por que existe a ressaca do dia seguinte? Talvez, Immanuel Kant, John Stuart Mill ou Henry James tenham a resposta.

A cerveja desperta paixões porque está ligada ao prazer, à amizade, ao conhecimento e à espiritualidade. Para o grego Plutarco, a finalidade da bebida é alimentar e aumentar a amizade. E a discussão se prolonga, passando por Aristóteles até pensadores modernos. Jason Kawall acredita que, ao beber socialmente, a pessoa se expõe, compartilha seu dia a dia e as futuras atividades. Ao criar histórias e memórias com determinado grupo por meio de uma convivência que só a cerveja é capaz de oferecer, gera-se solidez para uma amizade rica e autêntica.

Como afirma Charles Baudelaire, em Paraísos artificiais: “Um homem que só bebe água tem um segredo a esconder de seus semelhantes”.

Fonte: Assessoria de imprensa da Tinta Negra Editorial

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