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A Colorado que a Ambev não comprou!

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Por Fabiana Arreguy.

Pode parecer um título estranho o deste post, mas ele traduz exatamente uma situação inusitada que Minas Gerais protagoniza desde o último mês. Nem todos sabem, mas em 2011 a Colorado de Ribeirão Preto, recém incorporada pela Ambev, negociou um contrato de licenciamento para a fabricação de suas receitas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os sócios do “entreposto mineiro” adquiriram o direito de fabricar e distribuir os chopes da marca para toda Minas Gerais em caráter irrevogável, o que passaram a fazer, participando de feiras gastronômicas, patrocinando eventos esportivos, produzindo eventos na sede da Colorado MG. O casamento vinha dando muito certo e os três sócios do negócio – os empresários Marcelo e Eduardo Nunes e o advogado Flávio Jacarandá – conseguiram fortalecer bastante a marca, que estava totalmente desgastada em terras mineiras por conta de uma representação mal feita até então.

Desde que os boatos da venda da Colorado começaram, os três sócios procuraram a empresa sem saber qual seria o destino de seu negócio. Nenhuma confirmação foi repassada a eles, que ficaram sabendo da efetuação da venda pelo site G1. A partir daí foram várias reuniões em Ribeirão Preto na tentativa de encontrar uma solução, pois o contrato de licença não entrou na negociação com a Ambev.

E agora? Temos duas Colorados no mercado??

Até o presente momento sim! Eu li o contrato inteiro. E nele não resta dúvida – os sócios mineiros mantêm o direito de fabricar os chopes Colorado em Minas Gerais, seguindo à risca as receitas originais, por tempo indeterminado!

O público já vem brincando que  Minas será o lugar onde se poderá beber a ” autêntica Colorado” .

Os empresários Eduardo Nunes e Flávio Jacarandá gravaram comigo uma longa entrevista, explicando toda essa confusão. A conversa vai ao ar nesta sexta-feira, 24 de Julho, às 11h45, pela rádio web Pão e Cerveja.

Ficou curioso pelo desfecho? Então ouça a entrevista veiculada na Rádio Web Pão e Cerveja e disponível para download aqui:

Acesse a rádio por aqui www.paoecerveja.net.br

Cervejaria Colorado é AmBev

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Colorado_Ambev

Entrevista com Marcelo Carneiro sobre a negociação

Agora sim, o que antes era boato se transmuta em fato. Na manhã de hoje, foi assinado o contrato de negociação entre a gigante ABInBev e a Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto, pioneira e um dos expoentes nacionais quando se fala em cervejas artesanais.

Acabei de receber a ligação de Marcelo Carneiro, agora na condição de ex-proprietário e atual consultor da empresa, o qual me noticiava a venda. Aproveitei e, durante o papo, fiz algumas perguntas sobre a negociação, cujas respostas reproduzo a seguir.

BREJAS – Foi difícil acertar as bases do acordo?

MARCELO CARNEIRO – Sim, uma negociação desse porte demora vários meses, e cada detalhe precisa ser discutido à exaustão. Hoje de manhã assinei uma papelada que parecia um livro (risos). Mas acho que chegamos a um bom termo, com vantagens e evoluções pra todos os lados.

BREJAS – Qual será, a partir de agora, a sua função dentro da Colorado?

M.C. – Meu cargo é de consultor internacional, num período mínimo de cinco anos. Minha tarefa será a de abrir caminhos para a Colorado, conversar com parceiros de negócios, representar a marca que lutei por 20 anos pra se firmar. Minha luta sempre foi e continuará sendo viabilizar a consolidação de uma escola cervejeira tipicamente brasileira, e isso jamais será abandonado. Essa foi a minha visão desde o começo, e fico muito feliz por ter sido adotada integralmente pela ABInBev. Ou seja, vamos continuar a fazer cervejas com brasilidade, com ingredientes tipicamente nacionais, nada muda!

BREJAS – Quando você diz que nada vai mudar, isso se estende também à equipe da Colorado?

M.C. – Exatamente! Todos os meus colaboradores continuam fazendo cerveja boa hoje assim como fizeram ontem! Não faria sentido uma empresa gigante como a ABInBev comprar uma cervejaria artesanal só pra mudar a sua filosofia de produtos.

Receitas permanecem

BREJAS – E quanto às receitas e os rótulos? Continuarão os mesmos? E quanto a ideia de alguns de que as cervejas passarão a conter milho ou cereais não maltados?

M.C. – Rótulos e principalmente as receitas permanecem as mesmas! A ideia agora é evoluir, sempre! Com aporte maior de capitais, podemos dar melhor consistência aos produtos, minimizar defeitos, melhorar um monte de processos com equipamentos novos, ou seja, ofertar um produto ainda melhor pra quem gosta de cerveja. E essa história do milho, bem… Pra quem entende de cerveja e de técnicas de produção, sabe que isso é uma bobagem sem tamanho. Nada contra as técnicas de fabricação de outras cervejas, cada uma tem seu público, mas volto a afirmar: minhas receitas continuam as mesmas.

BREJAS – Vamos agora falar sobre a negociação em si. Houveram fatores determinantes na sua decisão?

M.C. – Estávamos num patamar de crescimento no qual precisávamos de investidores. Do jeito que estava, era crescer ou crescer. Crescer pra sobreviver. Já estávamos a procura de parceiros há uns bons anos, e a ABInBev nos procurou em excelente momento. Agora é crescer!

BREJAS – E quanto ao Cervejarium (bar da fábrica em Ribeirão Preto)? Só vai ter produtos da ABInBev?

M.C. – Não, o Cervejarium ficou de fora das negociações, e vamos continuar vendendo cervejas artesanais brasileiras de outras microcervejarias, como sempre fizemos. O bar não muda a sua filosofia.

O que esperar a partir de hoje

BREJAS – O que você responderia para os fãs da Colorado que possam agora estar decepcionados pela artesanal ser negociada com a gigante?

M.C. – Peço a todos que enxerguem esse mercado como um negócio global. Isso já aconteceu com outras cervejarias como Goose Island, e aqui no Brasil com a Wäls. Antes disso já tinha acontecido com Baden Baden, Eisenbahn, e todos os produtos continuam aí, os mesmos, muito bons. O nome que dou a isso é evolução! Ninguém está aqui pra tomar o mercado de outras microcervejarias, e sim pra fazer evoluir o mercado como um todo, fazer com que mais e mais pessoas gostem de cervejas especiais, e isso é bom pra todo mundo!

Este escriba está feliz por Marcelo, meu amigo de tantos anos, um dos pioneiros das cervejas artesanais brasileiras. respeitadas as opiniões divergentes, eu também acredito que esse tipo de negociação não é o fim do mundo, nem uma forma de “monopólio” da gigante multinacional. Cervejarias artesanais vão continuar surgindo a todo momento, as ideias e os ideais não param nunca. Esse é um movimento que, embora tenha dificuldades governamentais, não vai parar, é inexorável. Guardados alguns abusos comerciais — que ainda acontecem — creio na evolução deste mercado, e essa evolução natural passa, entre outras coisas, pela negociação de microcervejarias com gigantes do setor.

O universo não vai acabar em milho, podem ter certeza!

Por que a Ambev abriu mão da Oktoberfest de Blumenau?

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Oktoberbnu01

Festa será patrocinada pela Brasil Kirin de 2015 a 2020

Ainda não há manifestação oficial da Ambev, mas tudo indica que a gigante cervejeira não participou da licitação que definiu a cervejaria oficial da Oktoberfest pelos próximos seis anos por achar a conta alta demais.

Fontes ligadas a empresa dizem que o cálculo feito pela empresa chegou a um investimento aproximado de R$ 24 milhões, entre o que seria pago ao Parque Vila Germânica, a construção do Setor 4, a decoração da festa pelo período e outros investimentos de menos valor. Pesando custos e benefícios, teria a Ambev decidido ficar de fora.

Entre os profissionais, tanto os que trabalham diretamente na Ambev como os que prestam serviço para ela, o sentimento é de espanto e perda. Pessoas se envolvem emocionalmente com a causa e, claro, especialmente os de marketing, querem ver a marca vinculada ao maior evento do gênero das Américas.

Havia no corredor do terceiro andar da prefeitura — onde está a sala de licitações — pelo menos dois representantes da Ambev com toda a papelada necessária para participar da licitação. Há um minuto do prazo para a entrega das propostas, uma delas disse ao presidente do Parque Vila Germânica, Ricardo Stodieck, que eles não participariam, sem dar explicações.

Entregaram de mão beijada seis anos de Oktoberfest para a Brasil Kirin, única participante da licitação.

Em breve a Ambev deve publicar um comunicado explicando a escolha de se afastar, pelo menos oficialmente, da Oktoberfest de Blumenau pelos próximos seis anos.

Fonte: Blog do Pancho



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