SAFRA 2008 - Ao ser deitada na taça apresentou uma coloração escura com bordas avermelhadas, opaca, com espuma bege bem formada de media persistências. No aroma notas adocicadas como carro chefe, bastante frutada com notas de ameixas secas, framboesa, cereja marrasquino, aidna nota maltadas de caramelo, café, baunilha, um alcool aparente, uma sensação de vinho do porto. Na boca ela eh aveludada, quente, adocicada, do inicio ao fim do gole, com um residual um pouco mais alcoolico. Uma cerveja que sem duvida envelheceu muito bem.
Tive a oportunidade de degustar a Blauw 2001 no Delirum Café e foi simplesmente a melhor cerveja da minha vida, sim, melhor até que a Westvleteren 12. Cerveja que já é sensacional quando fresca, envelhecida por longos 9 anos tornou-se nada menos que espetacular! Coloração muito bonita, mas difícil de descrever: âmbar escura, quase castanha, com reflexos avermelhados, translúcida. Boa formação de espuma bege, de curta persistência, mas que deixa camara perene, além de relevos na taça. O espetáculo já começa no aroma, delicioso e muito complexo, no qual consegui discernir: caramelo logo no início, depois mel, frutas passas (ameixa e uva), notas amadeiradas lembrando um porto e até um pouco de jabuticaba(!). O sabor segue o aroma, com todas as notas se repetindo e me pareceu uma mistura de vinho do porto com licor de jabuticada. Pensei que estivesse viajando, até que meu namorado disse ter tido exatamente a mesma impressão, não exatamente com as mesmas palavras, então acho que é isso mesmo. Textura licorosa, aveludada, ao ser vertida na taça parece mesmo um licor. Paladar adocicado de ponta a ponta, mas jamais enjoativo. Boa drinkability para uma cerveja desse porte, não se "sofre" para beber a garrafa (caso de muitas outras grandes cervejas, que cansam o paladar); muito pelo contrário, dá até dó de beber! Carbonatação baixíssima, como era de se esperar depois de tanto de guarda; a surpresa ficou por conta do corpo, que ao contrário do que era de se esperar, foi médio, e não encorpado como nas versões mais frescas, como também notou o confrade Mauro aí embaixo, que teve a honra de provar uma Blauw ainda mais envelhecida do que a minha. Álcool muito bem inserido, quase imperceptível, não incomoda nem agride em momento algum, apesar dos 10,5%. Cerveja equilibradíssima, nada está fora do lugar, mas nem por isso fica apagada, revelando-se de muita personalidade e soberbamente saborosa. Enfim, verdadeiro néctar dos deuses, valeu cada centavo! Espero um dia poder repetir essa inexcedível cerveja!
A sorte de estar no lugar certo, Melograno, no dia certo, degustação vertical de várias safras desse magnífica cerveja. No final da noite, uma supresa agradável: fui presenteado pelo Edu Passarelli com uma taça da safra 1999. Imediatamente, pedi uma caneta e escrevi as impressões que seguem. Na aparência um vermelho-escuro que lembrou um vinho fortificado ou whisky. No aroma, frutas secas, frutas vermelhas e whisky, como um perfume, contando ainda com notas de ameixa e licor de amêndoas. No sabor, extrato de amendôas, madeira (leve adstringência), morango e bolo de frutas. No retrogosto, um curioso e inesperado sabor de maça. Cerveja super complexa, que equilibra muito bem o doce e o amargo e que se tornou ainda mais elaborada com o tempo, porém de corpo mais leve do que as versões mais "frescas". Mais uma que beira a perfeição.
Safra 2009. Cerveja com coloração marrom-escuro avermelhado. Creme bege de média formação e excelente duração.
Aroma muito complexo: chocolate, cereja, baunilha, ameixa, café e frutas vermelhas.
Sabor idem: vou usar o que o Idalécio citou para avaliar essa cerveja: "o amargor não é suficiente para balancear tanta doçura". Mas, que beleza de doçura! Que sabor complexo e poderoso!!
A drinkability não é tão boa, afinal, estamos falando de uma breja com 10,5% de álcool. E, além disso, o conjunto faz com que a drinkability não seja alta. Mas, uma breja dessas foi feita para apreciar de maneira bem lenta, para que cada gole seja uma experiência única.
Seu corpo é licoroso, essa breja é fantástica!
Sem dúvida alguma, das 80 brejas já degustei até hoje, essa se torna a minha "Top 1". É claro que isso ainda pode mudar, pois ainda tenho muito o que aprender, mas, tenho certeza que ela fará parte das minhas prediletas sempre!