A americana Southern Tier surpreende não com uma Imperial IPA mega lupulada, mas pelo contrário. Para contrariar a tendências extremistas dos americanos, a cervejaria de Nova Iorque cria uma Imperial IPA com destaque para os maltes, apostando na leveza e drinkabillity do conjunto.
Apresentou coloração dourada, com pouca turbidez. Seu creme mostrou coloração marfim, com formação e duração razoável, mas desenhando rendas no copo.
Os lúpulos mostram um perfil bem delicado, de aspecto floral e cítrico (laranja) com um herbal bem sutil de fundo. Já os maltes ganham destaque no aroma, trazendo bastante de mel e caramelo, juntando-se a um leve frutado que remete a ameixas.
Surpreende mais ainda na boca, quando o começo do gole tem a presença muito adocicada dos maltes, lembrando vividamente mel. O amargor é presente, claro, mas de maneira discreta, trazendo uma leve secura. A presença discreta do lúpulo até a torna mais fácil de beber, em contraponto, decepciona os hopheads que esperavam uma porrada de lúpulo. Boa carbonatação, e os maltes trazendo uma textura bem sedosa.
Sinceramente, gostei bastante, apesar de esperar algo completamente diferente. Fiquei curioso para provar outras obras da cervejaria, que mostrou competência e equilíbrio nessa Double IPA.
Aparencia e' um amarelo escuro e dourado bem transparente. A espuma e' branca e durou pouquissimo tempo. Ainda assim marcou o copo relativamente bem, mas menos do que eu espero para uma DIPA.
Aroma delicioso e intenso que e' praticamente apenas de lupulos aromaticos americanos com muito grapefruit, tangerina e floral. Dificil perceber o malte. Pra mim um dos mais agradaveis dentro do estilo.
Seguindo o aroma o gosto e' praticamente uma explosao citrica: muita tangerina, grapefruit, maracuja, frutas vermelhas finalizando com grama/capim. O malte doce, que lembra mel esta' em segundo plano para contrabalancear. O amargor vem mais pro final e e' novamente leve, sem muita persistencia no aftertaste.
Corpo mediano mas por ter o malte menos aparente, sendo bastante "light" dentro do estilo. A carbonatacao no entanto e' relativamente alta, chega a pinicar a lingua e o ceu-da-boca a cada gole.
Bela escolha de lupulos nessa cerveja. Adoro as mais citricas mas faltou um pouquinho de malte pra contrabalancear e a carbonatacao ficou um pouco acima do ideal. Tai uma prova que nem sempre a mais carbonatada e' a que tem o maior colarinho/espuma.
Eu estava andando pelo centro de Amsterdã com minha esposa procurando um supermercado quando me deparei com um tal Beer Temple e entrei pra conferir. Um paraíso lotado de cervejas em sua maioria americanas todas na média de 4 euros, além de 30 na pressão. Fiquei deslumbrado com tanta cerveja e não sabia o que pedir. E mal sabia eu que estava diante de um famoso cervejólogo dono daquele bar, formado na Bélgica e autor de vários livros sobre cervejas: Peter Van Der Arend. Como eu passava rapidamente pelo local tendo que retornar à casa de meus amigos, tomei apenas duas belas cervejas na pressão. Como eram cervejas americanas, pedi de cara pro Peter a mais "bitter" que ele tinha e não foi uma Flying Dog, foi uma Southertier 2xIPA, é mais amarga que a Double Dog Double Pale Ale. Que delícia! Depois bebi uma aromadíssima Titan IPA que desceu como mel, tamanho era o amargor da Southertier. Foi uma ótima experiência, surpresa e inesperada. A cerveja possui coloração âmbar e um belo creme bege, o aroma é floral, herbal e intenso. Retrogosto muito amargo, delicioso. Merece uma de minhas melhores notas.