A Brasserie de Saint-Sylvestre é uma cervejaria familiar localizada no vilarejo de Saint-Sylvestre-Cappel, local de cultura flamenga na região de Flanders ao extremo norte da França. A data precisa de sua fundação é desconhecida, mas estima-se que a cervejaria esteja em atividade desde antes da Revolução Francesa. Durante a maior parte do tempo, toda a produção teve foco estritamente local. O fato de três montes cercarem a vila tornava difícil o transporte à cavalo de barris ladeira acima.
Sob o comando da família Ricour, já em 1920, o negócio teve significativa expansão. Durante um período entre os anos de 1960-1980, a produção de cervejas de alta fermentação foi deixada de lado para suprir a demanda por 'lagers' imposta pela grande insdústria. À partir de 1983, contudo, a empresa voltou a incluir 'ales' no portfólio numa tendência que se mantém até hoje.
BIÈRE NOUVELLE *Safra 2016
'Bière de Garde' sazonal de inverno que faz uso de maltes e lúpulos remanescentes da última colheita. Ou seja, uma espécie de "rapa do tacho" do que sobrou na fábrica. Lançada sempre em fevereiro, ela acaba tendo uma receita nova ( ou "nouvelle") a cada ano, dependendo dos insumos disponíveis.
Líquido dourado translúcido, formando alta camada de espuma branca consistente e resistente.
Aroma bastante peculiar, misturando traços de oxidação a nuances frutadas, florais, acéticas, minerais e vegetais. Algo que lembra azeitona verde em conserva chama muito a atenção. Idiossincrático.
O paladar confirma a oxidação, destacando ainda notas de arroz azedo, palha seca, um certo avinagrado, leve frutado e algum floral. Sugestões de azeitona verde e picles ensejam o final seco meio ácido, desembocando num retrogosto de viés salgado e picante. Álcool muito bem inserido. Corpo médio e carbonatação elevada.
Apesar de produzida no inverno, o que se vê é uma cerveja que pende para o refrescante. No mais, fica claro que se trata de uma bebida feita com as sobras já velhas da primavera. Vale apreciá-la como curiosidade - se bem que a próxima safra pode guardar alguma surpresa.
Temperatura de degustação: Oito graus Celsius.
Cor: Dourada translúcida.
Creme: Excelente formação de creme branco muito persistente e que deixa muitas marcas na taça.
Aroma: Panificação, leve frutado de laranja, floral, o álcool aparece.
Sabor: Início levemente adocicado com sabor de pão e levemente frutado. O final é fortemente amargo, com sabor metálico que permanece nos lábios, também é seco e medianamente persistente. O retrogosto traz também o sabor de panificação e o álcool aparece aquecendo a garganta. Uma breja mediana, sem grandes destaques.