Dubbel x Tripel x Quadrupel

Agradeço a contribuição de todos, bastante elucidativas!

Gustavo > valeu pelo link, não sabia ainda dessa versão traduzida, será muito útil!

A propósito, a breja que citei de exemplo como uma quadrupel, a St. Bernardus 12, no BJCP está na verdade como um exemplo das Belgian Dark Strong Ale, conforme sugeriu o Marcelo. Talvez algumas se encaixem melhor nessa categoria, outras como o Gustavo falou, nas Belgian Specialty Ale.

Valeu!

Quad e BDSA são a mesma coisa. Na verdade as quads/BDSAs são dubbels com mais malte, açucar e/ou levedura o que as deixam mais fortes, alcoólicas e intensas.

Algumas dubbels, e portanto quads/BDSAs, levam maltes tostados, outras não. Todas levam açúcar, a maioria geralmente é de escuros.

Tripels são mais lupuladas, não costumam levar malte torrado (se levam é um pouco de caramelo) e levam açucares claros.

Belgian Specialty Ale é algo que inventaram pra botar as cervejas que eles não conseguem encaixar nos outros estilos. É algo que pode ser definido como um não-estilo.

Resumindo:
-Dubbel: fraca (mais fraca que as outras pelo menos) e escura;
-Tripel: forte e clara;
-Quad/BDSA: forte e escura.

Vale lembrar que os belgas não dão tanta bola pra estilos assim, e a gente deveria fazer o mesmo. É bom saber, mas a linha que separa uma quad de uma dubbel é tênue o suficiente pra ta escrito na garrafa 750ml da St. Bernardus 12 que ela é uma dubbel. Então se quem faz não separa direito, quem a gente é pra discordar.

Paul K escreveu: Quad e BDSA são a mesma coisa. Na verdade as quads/BDSAs são dubbels com mais malte, açucar e/ou levedura o que as deixam mais fortes, alcoólicas e intensas.

Algumas dubbels, e portanto quads/BDSAs, levam maltes tostados, outras não. Todas levam açúcar, a maioria geralmente é de escuros.

Tripels são mais lupuladas, não costumam levar malte torrado (se levam é um pouco de caramelo) e levam açucares claros.

Belgian Specialty Ale é algo que inventaram pra botar as cervejas que eles não conseguem encaixar nos outros estilos. É algo que pode ser definido como um não-estilo.

Resumindo:
-Dubbel: fraca (mais fraca que as outras pelo menos) e escura;
-Tripel: forte e clara;
-Quad/BDSA: forte e escura.

Vale lembrar que os belgas não dão tanta bola pra estilos assim, e a gente deveria fazer o mesmo. É bom saber, mas a linha que separa uma quad de uma dubbel é tênue o suficiente pra ta escrito na garrafa 750ml da St. Bernardus 12 que ela é uma dubbel. Então se quem faz não separa direito, quem a gente é pra discordar.

Boas colocações. Acho que é bem por aí mesmo, apesar de que no guia da Brewers Association parece que consta distinção entre BDSA e Quadrupel.

Cito ainda o exemplo da Maredsous 8, que muitos consideram como Dubbel, mas que pelo teor alcoólico se enquadra(ria) como BDSA.

Compreendido! Mais uma vez, obrigado!

Vejo que a minha ideia de uma diferenciação baseada no acréscimo de malte de uma para outra (dubbel > tripel > quadrupel) estava bem equivocada! E de fato já havia suspeitado disso pelas degustações.

Valeu!

Eu gosto de separar as Belgian strong ales (os estilos "de abadia", em sentido lato) em dois grupos: as de médio teor alcoólico (até 8%) e as de alto teor alcoólico (8% ou mais). É uma simplificação, mas permite entender a separação dos subestilos mais facilmente do que se pensarmos na nomenclatura medieval (dubbel, tripel), já que os estilos medievais não correspondem mais aos atuais - basta pensar que, até o início do século XX, a "tripel" era uma cerveja escura, que hoje em dia chamaríamos de dark strong ale.

Pensando assim, teríamos as "fracas claras" (as blond ales) e as "fracas escuras" (as dubbel); bem como as "fortes" claras (tripel, Belgian golden strong ale, Belgian IPA) e as "fortes" escuras (Belgian dark strong ale e variantes, como as ABT/quadrupel). As claras são todas estilos eminentemente modernos. Hoje em dia já existe até uma certa superposição/confusão entre algumas blond ales mais secas e lupuladas e algumas saisons menos ácidas.

Rodrigo Ribeiro escreveu: Vejo que a minha ideia de uma diferenciação baseada no acréscimo de malte de uma para outra (dubbel > tripel > quadrupel) estava bem equivocada!

Não diria que você estava tão equivocado. A progressão no teor alcoólico ocorre devido ao acréscimo dos insumos (não apenas o malte, mas também os adjuntos, como o citado açúcar, altamente fermentável). Quanto mais rango para as leveduras, mais álcool elas poderão produzir. Agora, sem essa exatidão matemática de "dobro", "triplo" ou "quádruplo" que alguns pregam por aí...