Ommegang Three Philosophers

Procurei por uma breja superior, incomum, no mínimo especial e até mesmo "exótica" para degustar no Natal e, por recomendação de um americano, escolhi a Ommegang Three Philosophers. Impressiona pela bela garrafa, rolhada, rótulo interessante... Enfim. Ao abrir a garrafa, seu aroma é exalado com intensidade, antes mesmo de despejá-la no copo! E, ao despejá-la... Que perfume! A princípio, senti um aroma de vinho do porto, seguido por frutas vermelhas (cerejas), malte tostado, caramelo, pão (fermento) e uvas-passas! O paladar segue o aroma, complexo, intenso, frutado, com destaque para o malte torrado e uvas-passas. E, apesar do início adocicado, seu final é seco com médio amargor. O álcool é percebido apenas pelo calor que é sentido ao tomá-la, pois para mim, em nada interfere no sabor da breja. No copo, líquido caramelo, completamente opaco (quase leitoso), com creme denso, consistente e de boa formação. Com certeza trata-se de uma cerveja diferenciada e que merece a atenção daqueles que estão sempre em busca de "algo mais". Se a oportunidade aparecer, a Ommegang Three Philosophers deve ser degustada!

Esta cerveja é um blend de uma quadruppel produzida pela Ommegang com uma pequena quantidade de kriek lambic belga, com o intuito de equilibrar a potente doçura da quadruppel com a acidez frutada da kriek. Na minha opinião, o resultado final ainda pende muito mais para a doçura frutada da quadruppel, com um caráter de lambic bem sutil, quase insuficiente para equilibrá-la. A coloração é um âmbar escuro, opaco, um creme bege de desempenho apenas mediano. Aroma e sabor são bem congruentes, mostrando clara ascendência da poderosa quadruppel sobre a delicada lambic: predomina uma combinação de intensos ésteres remetendo a bananas passas com um sólido caramelado do malte; em segundo plano, toques frutados secundários adicionam notas de ameixas secas e cerejas maduras, estas advindas do uso da fruta em si, e não dos ésteres produzidos na fermentação. O malte tem um perfil macio, denso, bem adocicado, com o caramelado ainda complementado por uma doçura remetendo a açúcar ou algodão-doce. Não notei aroma e sabor relevantes de Brettanomyces. O paladar é intensamente doce, amparado por uma acidez de segundo plano ao longo de toda a evolução na boca e por um suave amargor que se manifesta ao engolir, mas que logo depois volta a ser eclipsado pela forte doçura residual. Em que pese o fato de eu tê-la bebido depois de vários monstros lupulados de até 100 IBUs, achei-a um pouco doce demais; talvez fosse mais equilibrada se a proporção de lambic fosse um pouco maior. O corpo é denso, cremoso, e o álcool se faz notar (são quase 10%, afinal), mas de forma bem-inserida. Gostaria de poder degustar novamente esta cerveja com o paladar um pouco mais limpo para avaliá-la com maior rigor; mas o fato é que eu a achei um pouco enjoativa pela força do doce e do frutado. Talvez eu estivesse esperando um caráter de lambic mais acentuado, o que não se verifica - para o deleite daqueles que não gostam de sour ales. Uma cerveja marcante e saborosa, que deverá agradar quem procura uma cerveja intensa, de perfil adocicado e frutado.

Degustada em NY a 5,1 graus de temperatura.
Essa quadrupel norte-americana carrega todo o padrão de qualidade da Duvel Moortgat.
Sua coloração é marrom e seu bonito creme bege tem boa formação e duração.
No aroma um misto suave de toffee, chocolate e frutas secas, com álcool sutil aparente.
No sabor o malte caramelo doce se faz presente com notas de porto pela presença sutil
do álcool também. Final seco e suavemente amargo. Corpo médio e equilíbrio também são
seus pontos fortes. Gostaria de degustar novamente para desvendar sua complexidade.
Degustação altamente recomendada.

Mais uma cerveja da Ommegang, a Three Philosophers e' na verdade um blend de 95% de Belgian dark strong Ale e 5% de Kriek proveniente da belga Lindemans (http://www.lindemans.be/start/kriek/en).
Nao consegui descobrir exatamente o porque do nome.
So pra nao passar em branco, existe um quadro renascentista com o mesmo nome, pintado ao redor de 1509 pelo artista italiano Giorgione, que mostra tres figuras alegoricas: um homem velho barbudo, um arabe de turbante e um homem jovem sentado. Teoricamente o significado representa os tres estagios do pensamento humano da epoca: o renascimento (homem jovem), a expansao muculmana (homem de turbante) e a idade media (o velho de barba).
Essa e' a terceira vez que eu tomo essa cerveja, o suficiente pra constatar de vez que ela definitivamente esta entre as 5 melhores cervejas que eu ja tomei na minha vida.
De coloracao escura, com um tenue avermelhado quando olhada contra a luz. Ao colocar no meu goblet, forma densa espuma que persiste bem por todo o copo. Linda.
O aroma e' complexo e agradavel, com cerejas, uvas passa, figos e outras frutas escuras. Tambem e' possivel sentir um pouco do malte escuro, esteres de fermento belga e um pouquinho de alcool.
Sabor delicioso que comeca com maltes escuros adocicados (e nao torrados com as stouts e porters) seguido pelo sabor suave de cerejas da Kriek, com um final herbal, levemente apimentado e terroso (earthy).
Sensacao muito leve e equilibrada, cremosa apesar de ser encorpada.
No geral uma belissima cerveja para se degustar devagar, preferencialmente harmonizando-a com queijos de sabor forte e sobremesas.
http://cervejasamericanas.blogspot.com/

Mantendo a tradição inventiva das cervejas artesanais americanas, porém, eis que a Ommegang Three Philosophers não é uma quadrupel comum, já que leva cerejas em sua formulação. O resultado é simplesmente acachapante.

O líquido é ocre-escuro sedoso, e o creme é denso e consistente. No aroma, um upper de sensações. Consegui identificar, além das cerejas, chocolate, baunilha, figos, uvas-passas e uma presença maltada marcante. No sabor, mais cerejas ao marasquino, vinho do porto e um quê de chocolate amargo. O final, deliciosamente seco, é levemente torrado e remete ao café.

Uma breja absolutamente complexa e imperdível (alô, importadoras!).