Lindemans Kriek Cuvée René

Fruit Lambic avermelhada com espuma de média formação, baixa duração, mas que mantêm uma fina camada sobre a cerveja.
Notas selvagens dominam o aroma, com a cereja dando as caras e um leve amadeirado complementando o perfil selvagem da breja.
No sabor, as notas azedas predominam sobre a cereja, que também brilha especialmente no final. Seca e sem qualquer dulçor, o que contrasta com todas as outras Lindemans disponíveis aqui no Brasil.
Aliás, interessante notar que, no valor por litro, ela muitas vezes é mais barata que as Lindemans adoçadas como a Pecheressee e a Cassis. E certamente muito mais interessante em todos os sentidos.

A melhor cerveja da Lindemans que eu já tomei. Se comparada com outras Fruit Lambics como a Cantillon Kriek, fica abaixo, mas com um preço bem melhor.

A única fruit lambic tradicional (sem açúcar) que temos no Brasil a preços mais acessíveis, perfeita para conhecer o estilo. Bem seca e ácida, com as cerejas aparecendo de forma discreta, quase em segundo plano em relação aos aromas florais, frutados e animais da fermentação espontânea. Na taça é muito convidativa, com um líquido avermelhada profundo, brilhante e um creme que baixa rapidamente para deixar uma camada fina. No nariz, predominam os perfumes florais e frutados da fermentação (rosas, uvas verdes e limão), sem que as cerejas se sobreponham. Toques animais, de mofo, amêndoas cruas e mentol a enriquecem, e o carvalho lhe imprime uma nuance abaunilhada expressiva no nariz que prenuncia uma doçura que ela não tem, causando um interessante contraste. Na boca ela é super seca, sem nada de doçura, com uma acidez inicial intensa que vai se apagando em direção a um final meio neutro, pouco expressivo, que é seu ponto mais decepcionante. O corpo é bem leve, avolumado pela alta carbonatação, com sensação de crocância e adstringência de taninos típica do estilo. Boa opção para conhecer o estilo, mas ela perde em intensidade aromática e em estrutura e permanência para outras concorrentes mais prestigiadas. Pelo melhor custo-benefício no Brasil, no entanto, impõe-se talvez como a melhor escolha dentro do estilo.

Vermelha, creme rosado de boa formação e duração;
Aroma amadeirado e cereja bem longe;
Sabor ácido, azedo e seco.
Lembra de mais um vinho tinto seco!

Uma explicação: difícil de tomar porém impressiona. Líquido vermelho, bordo, igual vinho, com espuma avermelhada, de pequena formação. Aroma adocicado, frutado, logicamento predomina a framboesa, porém sente-se o azedo, cítrico, acentuado, sente-se o lúpulo herbáceo, muito leve. Sabor predomina o avinagrado, cítrico, com toques de frutas. Cerveja agressiva porém com charme. Valeu a degustação.

Recém chegada ao Brasil, Lindemans traz em sua maioria, Lambics adoçadas, de perfil mais comercial. A linha Cuvéé René, são fabricações mais tradicionalistas, deixando exposto o lado mais conservador dos belgas. Esta Kriek surpreende pela acidez marcante e a boa interação com a fruta adicionada.
Apresentou coloração rubi, uma espuma de cor salmão, que se formou em abundância e apresentou uma duração razoável.
Dominam os aromas frutados, com cereja (obviamente) cascas de laranja e morando. Há um fundo herbáceo interessante, que traz tanto aromas mais rústicos de grama, quando um frescor mentolado gostoso. Os aromas de couro advindos da fermentação espontânea é mais destacado do que boa parte das Fruit Lambics que eu já tive a chance de provar.
As cerejas são destaque no paladar e junto com a doçura um pouco mais intensa do que o esperado dos maltes, fazem um contraste colossal com a acidez violenta, deixando tudo em harmonia no final. Tem um corpo mediano e uma carbonatação alta.
De fato, as duas cervejas das Lindemans que me surpreenderam positivamente até agora foram da linha Cuvée Rene. Não tem jeito. Prefiro as Lambics sem adição de açúcar, que mostram-se sim, um pouco mais agressivas, mas tem complexidade absurdamente maior.