Uma bela homenagem ao "Grande Pássaro Negro" (Mocó, Didi).
Cor de mel velho, quase avermelhada, no copo. Formação ligeira de espuma. Aroma leve de lúpulo herbal, paladar amargo, com o lúpulo se sobressaindo mais um pouco, e algum caramelo. Permanência amarga.
Boa cerveja, conjunto visual extremamente interessante (chique ter o Antônio Carlos na tampinha!), para ser bebida entre amigos.
Sucesso absoluto nos anos 70, 80 e 90, o grupo de humoristas "Os Trapalhões" chegava ao seu derradeiro fim em 1994, ano em que Antônio Carlos Bernardes Gomes - o Mussum - passou desta para a melhor. Quem diria que quase vinte anos mais tarde, em agosto de 2013, o querido trapalhão, fanático pelo Flamengo e chegado numa cachaça, teria sua própria cerveja? Trata-se da "Biritis", rótulo idealizado por Sandro Gomes, filho do ex-comediante e sócio proprietário da cervejaria carioca "Brassaria Ampolis".
O desenvolvimento da receita se deu em conjunto com André Cancegliero, cervejeiro artesanal e proprietário da cervejaria paulistana "Urbana". Já a produção em escala industrial ficou à cargo da "Cervejaria Dortmund", localizada no município de Serra Negra, interior paulista.
Bela aparência, com líquido translúcido de coloração âmbar acobreada. A espuma bege tem alta formação, boa cremosidade e ótima retenção.
Relativamente apagado, o aroma reúne malte com leve tosta e uma pegada que lembra palha seca de milho e casca de amendoim. Infelizmente, incômodos traços amanteigados e leguminosos indicam indesejada presença de diacetil e DMS (dimetil sulfeto) - uma pena.
Na boca tem corpo baixo/médio de carbonatação moderada. O sabor amargo de lúpulo toma à frente, seguido por toques de malte viena e suave sugestão de casca de pão tostado. Mais uma vez, a avalanche de diacetil e nuances de DMS não hesitam em assolar o paladar com inadequadas notas de manteiga e milho cozido. Tal dinâmica avança até o final seco e amargo. O retrogosto maltado e lupulado mostra ecos de amendoim tostado.
Muito provavelmente o exemplar aqui degustado não está em sua melhor forma. Apesar da experiência não ter sido desagradável é evidente que o rótulo falhou em diversos atributos técnicos. Mas acho que se Mussum estivesse vivo ele não teria esse tipo de "frescuris" fazendo "análisis sensorialis". Então se você é fã do personagem e curioso por experimentar novos rótulos, vá fundo e invista. Afinal, como diria o saudoso negão, "mais vale um bebadis conhecidis que um alcoólatra anonimis".
Âmbar, turva, com espuma bege de média formação e duração. No aroma e na boca malte tostado, caramelo, com médio amargor do lúpulo equilibrando logo em seguida.
Uma boa Vienna Lager ! Destaque para o rótulo, a tampinha e o copo do kit. Uma bela homenagem ao melhor trapalhão.