Damiana

No visual: coloração âmbar com reflexos alaranjados, porém completamente turva. Formação se espuma média baixa, de persistência baixa e bolhas pequenas. Baixa carbonatação.
No aroma: uma cerveja que não exala seus lúpulos, mas que ainda sim tem neles sua principal referência. Aroma herbal, anis e de mel.
No gosto: segue as notas florais e herbais, quase de um chá, com um amargor bem leve que não parece representar seus 50 ibus. No retrogosto o amargor não persiste, ficando um leve sabor se mel e floral

Localizada em Ribeirão Preto (SP), a "Cervejaria Invicta" está na ponta da língua dos apreciadores brasileiros quando o assunto é cerveja de qualidade. Graças a ótimos rótulos vendidos a preços acessíveis, a marca parece ter criado um forte laço com seus consumidores que já a veem como uma velha amiga. A familiaridade é tão grande que chega a ser engraçado pensar que até 2011 a cervejaria simplesmente não existia. O fato é que, apesar de jovem, a "Invicta" vem demonstrando uma maturidade difícil de conceber numa cervejaria de apenas cinco anos. Maturidade esta que se consolida não apenas a cada rótulo vendido, mas também através de parcerias e colaborações com outras cervejarias cujos resultados se manifestam no único espaço supremo da verdade: o copo.

Em face dessa curta, porém sólida caminhada, a cervejaria decidiu reformular toda a concepção gráfica de comunicação da marca incluindo o design de seus antigos rótulos. Baseada no sucesso da arte apresentada no rótulo "1000 IBU", a imagem do soco foi promovida a logo oficial. Cervejas que eram identificadas pelo estilo, como"German Pilsener" e "Imperial IPA", ganharam cores e nomes como "Hellbeirão Pils" e "Boss".

DAMIANA

Desenvolvido em parceria com a engenheira química/expert em cervejas Amanda Reitenbach, o rótulo marcou o aniversário de três anos da cervejaria Invicta em 2014. Entre os ingredientes, chama a atenção a adição de flor de damiana (nome científico, "Turnera diffusa") - uma planta medicinal com fama de ser afrodisíaca. A receita propõe ainda a utilização exclusiva de lúpulos alemães "Perle", "Hallertau" e 'dry-hopping' com "Hallertau Mandarina" e "Hallertau Mittelfruh". Amargor de 50 IBU.

Líquido enevoado amarelo de tons acobreados. No copo, forma dois dedos de espuma esbranquiçada de boa retenção.

O aroma destaca a presença da damiana, cujo aroma lembra bastante o da camomila. Nuances herbáceas/condimentadas de lúpulo e um abiscoitado leve de malte complementam.

Na boca, traços distintos de lúpulo e damiana percorrem uma base sólida (e nada doce) de malte abiscoitado. Reminiscências de chá de camomila, mato verde e eucalipto marcam o caráter vegetal prevalecente no conjunto. O final segue seco, equilibrado, sublinhado por notas florais, herbais e amargor limpo. Corpo médio-baixo e carbonatação suave.

O sabor típico da flor de damiana traz um viés interessante, mas pode se tornar enjoativo com passar dos goles. Tem-se assim uma cerveja agradável, embora particularmente não a repita tão cedo.

Sou suspeito em falar , pois adoro ipas, mas essa é muito boa. Aroma herbal delicioso dos lúpulos alemães.
Uma bera leve , refrescante, quase parece uma session ipa, com um amargor de média intensidade e final seco.