Japas Matsurika

Em 2014, cinco amigas nipo-descendentes, profissionais do meio cervejeiro, resolveram tirar por brincadeira uma foto com a legenda: "as japas da cerveja". Pronto - esse foi o ponto de partida para o surgimento da Japas Cervejaria.

Concebida para operar dentro do modelo "cigano", a empreitada tem como sócias Fernanda Ueno (engenheira de alimentos, mestre cervejeira da Colorado), Maíra Kimura (mestre cervejeira e sócia da cervejaria 2Cabeças), Carolina Okubo (engenheira de alimentos, responsável pelo controle de qualidade da cervejaria Invicta) e Yumi Shimada (publicitária atuante no mercado cervejeiro e sommelière). Carolina Oda (sommelière, especialista em gastronomia) foi também uma das fundadoras, mas acabou saindo depois.

Em 2015, a trupe estreou sua primeira receita numa colaboração pontual com o 'brewpub' paulistano Cervejaria Nacional. O primeiro rótulo oficial de linha, contudo, só seria lançado em junho 2016 - uma vez firmada a parceria de produção exclusiva com a cervejaria Invicta, de Ribeirão Preto (SP).

MATSURIKA

Inspirada na base de uma 'Bohemian Pilsner', a receita inova ao acrescentar elementos tradicionais da cultura japonesa, como flocos de arroz e jasmim. No Japão, a flor de jasmim (ou "matsurika") é muito usada para fazer chás. Amargor de 27 IBU.

Dourada e translúcida, forma um dedo de colarinho branco de média duração.

O aroma traz suave presença de malte abiscoitado, lúpulo floral - além de curiosa pegada que lembra aquele arroz "papa" japonês empregado em sushis. Achei esse detalhe bem estranho.

Na boca, traços de malte, via notas de pão e biscoito, seguem cortados por amargor moderado e discreto toque de jasmim. Nuances florais e condimentadas de lúpulo permeiam o final, seco e crocante. Seu corpo baixo e sensação refrescante facilitam a drinkability.

Boa cerveja, a despeito do aroma que me enjoou um pouco (não sou fã de comida japonesa). Um pouco cara para o que oferece, ainda que sua originalidade mereça respeito.

Muito leve, saborosa, cheiro bom, da pra tomar de montão sem enjoar. Gostei muito.
Aroma bem floral, cereais e biscoito. Sabor muito maltado, mel, floral, leve herbal, pão, fermento, amargor leve, com um dulçor que equilibra.

Servida no copo pilsner apresentou coloração dourada límpida com espuma branca de baixa formação e boa persistência. No aroma temos caramelo, floral, grama e cítrico. O sabor segue o aroma, complementado por notas herbais e panificação. Interessante.