Essa cerveja chegou em minhas mãos há quase dois meses, mas fiquei sem coragem de tomar. Como ela é dificílima de conseguir (valeu, Glauco!), quis esperar um momento legal para degustá-la. Fiquei com muita expectativa em torno da mesma, em virtude de ser fã de Stout; das notas dos confrades e do rótulo (sou Historiador formado).
Hoje, no entanto, deu vontade de tomar. A felicidade em saber que ela é muito melhor do que eu imaginava é enorme! Cerveja preta, p r e t a, PRETA, parece óleo de motor. Grossa, licorosa. Creme bege, consistente e de ótima formação. Carbonatação média.
Aroma herbáceo e flora, com notas de torrefação e chocolate ao fundo, em menor propriedade. A medida que ela vai esquentando no copo, fica ainda mais definida. Para se perceber o paladar, aliás, é fundamental degustá-la na temperatura certa: apenas fria.
Percebe-se chocolate meio amargo, malte caramelo torrado, café, café, café, além do lúpulo em menor proporção. O final é looongo e amargo, na medida.
A melhor Stout que provei até agora. É uma pena, realmente, que só se possa tomar raramente aqui no Brasil.
Para comemorar a virada de ano em New York, comprei meia dúzia desta Souto conceituadíssima na comunidade cervejeira. Linda de se invejar ao despejo no copo. Negra e de um creme marrom espesso e bonito. No aroma, notas maltadas de chocolate, café e um lúpulo herbáceo. No sabor, sensações incríveis de chocolate e café, concluindo num interminável amargor. Bastante complexa e inconfundível. A 2012.
Coloração marrom bem escuro, quase que um preto opaco. Demonstrou uma média formação de creme marrom claro de alta persistência e bem denso. No aroma, um impressionante blend de tostado, chocolate amargo, cítrico do lúpulo (remento ao maracujá), café, caramelo e ao fundo, álcool. Muito agradável. O paladar dá vida as notas apresentadas no aroma, onde consegue-se sentir fortemente o chocolate, café, um pouco de toffee e um delicioso amargor do lúpulo aparecendo a todo instante. O retrogosto lupulado tem um final longo, levemente alcoólico e marcante. Cerveja bem encorpada, balanceada e de média drinkability. Belíssima breja! Não é ao acaso que ela é uma referência para o estilo no mundo inteiro.
Essa Old Rasputin traz uma aparência espetacular e icônica. Sua tonalidade é negra, preta, totalmente opaca. Com aspecto denso e oleoso, parece praticamente um licor. Não exibe nem sedimentos, nem efervescência. Forma uma camada mediana de creme bege fofo, macio, com minúsculas bolhas e que não demorou para assentar mas que permaneceu até o final da taça. Deixou bastante rastro de lacing nas laterais do copo.
Aroma descomunal, que desprende com potência e sem dificuldades. Tem notas muito fortes de café, mas também de de cacau/chocolate, de torrefação e de cereal torrado (aveia/cevada/centeio). E vai além, trazendo traços herbais e picantes extremamente marcantes de lúpulo. Acompanham também sensações de pão preto, amêndoas/castanhas/avelãs, baunilha, carvalho/barril, frutas secas e escuras, ameixas, figos, passas, berries, cerejas, algo de alcaçuz. Como volatiza bastante álcool, possui uma notável sensação licorosa de Porto ou rum e de apimentado/condimentado. Aroma bastante carregado, rico, complexo e diversificado.
Seu sabor é intenso (e pesado) desde a primeira golada. Sensível harmonia entre notas doces achocolatadas, amargor lupulado, amargor torrado e imensa picância alcoólica. E tudo sempre com uma incrível secura e uma deliciosa sensação de frutas escuras. Vale reforçar as sensações de aveia e centeio queimados, rum, baunilha, alcaçuz, ameixas e passas. Final bastante espesso, muito seco, aveludado, licoroso e quente. Ocorre uma pitadinha de acidez láctica. Retrogosto seco, picante, alcoólico, extremamente saboroso e marcante, remetendo a café espresso, chocolate amargo, leve madeira/defumação, cereal torrado, cinzas. Cerveja de corpo muito denso, oleoso, viscoso. A carbonatação é média/fraca, até com uma certa crocância, não abusiva. O álcool é potente, plenamente perceptível, mas não desequilibra o conjunto. Drinkability mediana, pois tamanho excesso de personalidade realmente pesa e limita. É muito caráter e muito álcool juntos (e sem destoar) em um mesmo rótulo.
A Old Rasputin é uma verdadeira obra-prima da North Coast. Não à toa, ela é cultuada no mundo inteiro e é uma das referências absolutas em termos de Russian Imperial Stout. Possui elevadíssima complexidade e um caráter intenso e marcante. Para os menos habituados com o estilo, certamente não é uma cerveja fácil de beber. Mas para quem ama esse estilo, como eu, ela reina absoluta. Com tanto café e chocolate, essa aqui é quase um Starbucks em forma de cerveja. Perfeita em termos de torrefação, de sensação queimada, tostada. Magnífica! Sublime! Recomendo fortemente com extremo louvor!!!
Não posso negar minha imensa euforia em degustar essa cerveja que, até hoje, era a segunda colocada no Ranking Brejas. Vamos à avaliação:
Aparência: rótulo belíssimo. A garrafa, igualmente, é bonita, bojuda e fora de padrão. O líquido é negro intenso, como óleo, com espuma marrom densa, cremosa, volumosa e duradoura, deixando marcas nas laterais do copo. Ela foi servida em seu copo personalizado, lindíssimo por sinal, com a borda em dourado. Apresentação melhor, impossível...
Aroma: predominância de lúpulo herbáceo e torrefação. Há nuances de chocolate amargo e café, mas em segundo plano.
Sabor: segue o aroma. Aqui o chocolate amargo e o café estão mais equilibrados com o lúpulo e o malte torrado, formando um conjunto muito encorpado.
Sensação: carbonatação média. Álcool na medida, não sendo sentido na boca. O final é looooongo, amargo e torrado, proporcionado pela intensidade do lúpulo e da torrefação.
Conjunto: ótima cerveja! Trata-se de uma legítima representante do estilo. O custo-benefício (aqui nos EUA) é excelente.