Rogue Mocha Porter

Essa Mocha Porter possui uma coloração marrom muito escura, praticamente preta, com apenas alguns reflexos rubis. Exibe ínfima efervescência e nada de sedimentos. Até por ser toda escura, ela é bem opaca. Formou uma camada média/alta de espuma bege, macia e cremosa, com excelente permanência, suavemente disforme. Deixa traços largos de lacing pelas laterais do copo Pint.

Seu aroma é saboroso, bastante intenso em sensações tostadas de malte, com lúpulo não tão escondido. Sentem-se notas de pão preto, biscoito, chocolate amargo/mocha/cacau, café, malte tostado/defumado, nozes/avelãs, frutas escuras (ameixas e passas) e um pouco de alcaçuz e cassis. Conjunto com ótima complexidade, em se tratando de uma Porter. Apesar do uso de Centennial (Super Cascade), achei o lúpulo muito mais floral do que cítrico, mas não decepcionou. É um buquê que me agradou muito, com belíssimo caráter.

Na boca, o gole é macio e saboroso, com muita sensação de café/cereal queimado. Percebem-se também as frutas secas e o alcaçuz, similar a uma Dry Stout. Lúpulo aparece um pouco mais do que no aroma, conferindo um amargor muito gostoso de fundo. Termina com chocolate bastante marcante. Ocorrem muitas pontadas de acidez láctica, o que leva um tempo para se acostumar. Retrogosto muito prolongado, seco, defumado, com notas muito nítidas de torrefação, cinzas/alcatrão, espresso e chocolate profundamente amargo. Cerveja de corpo macio e suavemente sedoso. Carbonatação bem baixa, contribuindo para que a cerveja aparente ter menos textura (parece choca). Álcool totalmente discreto e perfeitamente bem inserido no contexto. Drinkability alta, pois a cerveja é leve, com final seco, que puxa um gole atrás de outro. Muito fácil de beber.

Belíssima Robust Porter, da cervejaria Rogue, de Portland. Lembra bem uma Dry Stout. É uma cerveja com uma dose bem calibrada de malte torrado (café com chocolate). Buquê realmente bastante destacado e um paladar excelente, redondo. Talvez se a carbonatação fosse um pouco maior, ela se saísse melhor, mas ela cumpre bem com o que se espera para o estilo. Ótima drinkability. Totalmente recomendada. Dá para tomar em quantidade.

Preta opaca, com pouco reflexo, sua espuma bege se forma bem mas desvanece.
O aroma é de chocolate belga (doce), com leve frescor agradável.
Contra o aroma, no entanto, o sabor não é doce, mas de ótimo malte torrado, acompanhado de frescor suavemente marcante, lembrando café mocha mais para o fim.
O corpo é médio, mas fluído, com efervescência baixa.
Até simples, mas gostosa. Representa bem as porter, ainda com um toque leve e particular.

Líquido marrom escuro, parcialmente translúcido. Creme de boa formação e média persistência. No aroma, notas de chocolate e café. No sabor, chocolate e malte torrado, e álcool muito bem inserido, trazendo um creme à boca, aveludado. Final sem personalidade, perdeu-se os aspectos do sabor rapidamente.
Apesar do líquido aveludado dessa breja ser muito agradável, dois pontos desapontaram-me no rótulo: falta de corpo, desequilibrou um pouco; e carbonatação um pouco alta, incomodou na garganta ao longo da degustação. Além do fato do final e retrogosto perderem-se das notas agradáveis iniciais.

Belo padrão de rótulos da cervejaria.
Escura, quase preta, turva. Creme castanho, raso e duradouro. No aroma, chocolate amargo, café, algo de azeitona. No sabor, os mesmos sinais, com predomínio do malte tostado.

A Rogue Mocha Porter, bem premiada em 2010, é uma entre mais de 30 rótulos da cervejaria Rogue instalada nos EUA no Estado do Oregon em 1988. A fábrica começou pequena, expandiu-se e hoje ocupa lugar de destaque e respeito no mundo cervejeiro tendo produzido jóias como a Rogue I2PA e a Chocolate Stout.

O estilo desta Rogue que degusto é o Porter, a garrafa é de 355 ml e o rótulo é sóbrio, mas rende homenagem ao trabalhador americano gravando a figura de um deles com um caneco de cerveja. Vertida na taça revelou uma coloração negra, não translúcida, com espuma bege, de médias formação e persistência, mas que manteve por um bom tempo uma "tampa" sobre o líquido. Perlage (bolhas) quase inexistente.

No aroma maltes tostado e caramelo, café, muito chocolate, algum lúpulo cítrico e nada de álcool apesar da graduação de 5,1%.

O sabor segue o aroma com presença marcante de café, chocolate e malte tostado. Ótimo equilíbrio entre maltes e lúpulos apresentanto um final seco e que donota certo amargor. Retrogosto de malte torrado. O álcool passa quase desapercebido, mas está lá. O líquido apresenta uma textura um pouco oleosa, carbonatação média, assim como o corpo. Boa drinkability!

O conjunto não chega a ser excepcional. Diria que é uma cerveja diferenciada e apesar de não se destacar muito entre tantas outras do estilo eu RECOMENDO.